Após votar majoritariamente contra as propostas dos credores internacionais no referendo deste domingo (5), a Grécia deu o primeiro passo para a sua saída da zona do euro, avaliou o vice-ministro da Economia russo, Alexei Likhachev. Ele considerou, no entanto, prematuro afirmar que a Grécia “irá até o fim do caminho”.
Os eleitores gregos rejeitaram, em referendo realizado neste domingo, as propostas dos credores internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Com quase metade dos votos contados, o não lidera com 61% e o sim registra 38% dos votos.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que o referendo mostrou que a democracia não pode ser chantageada e negou que a provável vitória do Não signifique uma ruptura com a Europa.
“Quero agradecer a todos, independentemente de como votaram. Os gregos fizeram uma escolha corajosa que vai mudar o debate na Europa”, disse Tsipras em um discurso transmitido pela televisão.
O referendo na Grécia, o primeiro desde 1974, definiu se a população aceita ou não o programa de ajuste apresentado pelos credores internacionais (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) há mais de uma semana.
Com mais de 80% dos votos contados, o Não lidera com 61,57% dos votos, enquanto o Sim registra 38,43% dos votos.
O grupo de trabalho do Eurogrupo, instância que prepara reuniões de ministros das Finanças da zona do euro, deve se reunir nesta segundsa (6) para analisar as consequências do resultado do referendo.
O grupo de trabalho é composto por representantes dos Estados-Membros da zona do euro que integram o Comitê Econômico e Financeiro e por representantes da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu e tem como missão prestar assistência ao Eurogrupo na preparação das reuniões.
Até o momento, não foi agendada nenhuma reunião extraordinária do Eurogrupo para tratar da crise na Grécia. No calendário oficial, consta apenas uma reunião ordinária do fórum de ministros das Finanças no dia 13 de julho. A expectativa, entretanto, é que um encontro seja convocado antes dessa data para discutir o assunto.
A última reunião do Eurogrupo sobre a Grécia – a última de uma maratona de encontros realizados no fim de junho – aconteceu na última quarta-feira (1º), por teleconferência, quando os ministros das Finanças da zona do euro decidiram voltar a discutir o assunto depois dessa consulta popular.