O caos no trânsito de Brasília, intensificado a partir da greve dos metroviários no início do mês, tende a continuar por tempo indeterminado. Ao menos enquanto durar a paralisação da categoria, cuja continuidade foi aprovada neste domingo por unanimidade.
A categoria reivindica, principalmente, a correção das distorções salariais do plano de carreira, redução de jornada de oito para seis horas, reajuste salarial de 10% para todos os empregados, além de mais segurança. Os trabalhadores também queren a implantação do plano de previdência, que, segundo o Sindimetrô-DF, foi discutido no último acordo coletivo, mas não saiu do papel.
A greve dos metroviários começou há 11 dias, em 2 de abril. Foi suspensa temporariamente com os acenos de boa vontade do governo. Mas, como ficou apenas promessa no ar, o movimento recrudesce com força.
Nas estações do Metrô, os últimos dias têm sido de caos. Desde que a greve começou, cerca de 160 mil usuários do serviço foram prejudicados. A população tem se aglomerado em filas e enfrentado a superlotação de apenas sete trens. No dia 9, por exemplo, uma fila de cerca de 200 pessoas se formou com destino ao Plano Piloto, na estação de Taguatinga.
Nesse mesmo dia, um atraso na circulação de trens do metrô em Ceilândia Centro terminou em confusão na Avenida Hélio Prates. A manifestação começou após um trem quebrar na estação, por volta de 7h40. Alguns passageiros esperavam no local desde as 6h. Os passageiros se revoltaram e começaram a quebrar o vagão e, com ajuda de extintores, destruíram os vidros e jogaram pó químico na cabine do piloto. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado e tentou dispersar os manifestantes com bombas de efeito moral. Ao menos cinco pessoas foram detidas.
No dia 10, um dos trens apresentou falha elétrica quando deixava a estação Águas Claras, sentido Rodoviária do Plano Piloto. Alguns passageiros tiveram que quebrar as janelas e caminhar nos trilhos.
Ainda no dia 9, o sindicato que representa a categoria decidiu suspender a paralisação por pelo menos 48 horas durante uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) entre grevistas e a companhia. Neste domingo 13, como as promessas não saíram do papel, a greve foi retomada.