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Greve por salário maior se espalha e hospitais do Rio fecham as portas

Servidores de mais cinco hospitais federais do Rio de Janeiro entraram em greve nesta semana. A medida levou ao cancelamento de serviços ambulatoriais e procedimentos de baixa emergência, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ).

A greve começou no dia 7 de julho com os servidores do Hospital Cardoso Fontes em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Aderiram ao movimento as unidades do Andaraí, Bonsucesso, de Ipanema, da Lagoa, além do Hospital Federal dos Servidores do Estado. Aprovaram ainda paralisação profissionais de saúde dos institutos nacionais de Traumatologia e Ortopedia (Into) e de Cardiologia (INC).

As reivindicações são reajuste salarial de 27%, incorporação da Gratificação de Desempenho da Previdência da Saúde e do Trabalho, equiparação da tabela salarial do Instituto Nacional do Seguro Social, defesa do duplo vínculo, garantia da jornada de 30 horas para todos os servidores do Ministério da Saúde, concurso, inclusão dos médicos na carreira e fim das privatizações.

O diretor de Imprensa do Sindsprev-Rj, Sebastião José de Souza, explicou que a greve dos hospitais federais não ocorre apenas devido à reivindicação salarial, mas também para denunciar a falta da qualidade de trabalho existente nos hospitais. Sebastião explicou que, por enquanto, somente foi aprovado pelo governo o duplo vínculo, que consiste no direito de o funcionário de ter uma matrícula federal e outra estadual, além do reajuste salarial de 21%, oferecido pelo Ministério da Saúde, mas a categoria rejeitou.

Souza informou que apenas 30% das cirurgias estão sendo realizadas, entre elas, as de urgência, como nos casos de pacientes com câncer. As áreas que estão sendo mais afetadas, segundo ele, são os ambulatórios e as cirurgias eletivas (agendadas). A marcação de consultas pode demorar de três a quatro meses.

Amanhã (5), está prevista uma reunião do sindicato com o governo federal em Brasília para apresentar as propostas da greve. Já na manhã de quinta-feira (6), os grevistas farão um ato em frente ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.

O Ministério da Saúde informou por nota que mantém diálogo permanente com os sindicatos que representam os servidores no estado do Rio de Janeiro. “As mobilizações ocorridas nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro [Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado] não estão impedindo a entrada de servidores, funcionários e pacientes.”

Devido à adesão de equipes de enfermagem, houve redução na quantidade de cirurgias diárias no Into, segundo o ministério. “Estão sendo priorizadas as cirurgias consideradas de emergência, além de áreas que exigem maior agilidade, como a de tumor, trauma e pediatria. Os demais serviços essenciais de assistência à saúde do instituto estão funcionando dentro da capacidade”, diz a nota.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o INC está funcionando normalmente e todos os pacientes estão sendo atendidos.

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