Marta Nobre
Bem que os serviços de inteligência do governo alertaram: a greve contra as reformas trabalhista e previdenciária, que começou praticamente pacífica nas primeiras horas da manhã, acabaria em meio a muita confusão. Dito e feito, principalmente no Rio de Janeiro, onde houve confronto entre policiais e manifestantes.
Já no meio da tarde, a Polícia Militar fluminense dispersou com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, a principal manifestação prevista para o centro do Rio. Milhares de pessoas se reuniam na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal, quando houve pancadaria.
A confusão provocou corre-corre que dispersou a multidão. A confusão impediu o início do ato em um palanque armado na praça, onde discursariam líderes sindicais, estudantis e políticos em apoio à paralisação e contra as reformas.
Depois de cerca de 30 minutos os manifestantes voltaram a se reunir na praça em frente ao palanque, onde os líderes do protesto fizeram um chamamento para reagrupar o público no local e, enfim, dar início à manifestação no final da tarde.
Pelo menos cinco ônibus foram incendiados no centro do Rio. Um dos veículos foi incendiado na Cinelândia, e os outros quatro na Lapa, região central da capital.