Membros do Sindágua invadiram nesta sexta-feira (22) a sala de reunião da estatal para exigir que o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental Oto Silvério Guimarães Júnior, reajuste os salários de acordo com a variação do INPC entre maio de 2013 e maio de 2014 – 5,81 % – e não puna os servidores que aderiram à greve ocorrida entre 19 de maio e 3 de julho.
A paralisação terminou depois de o Tribunal Regional do Trabalho determinar multa de R$ 100 mil por dia caso os funcionários não voltassem ao trabalho.
A invasão ocorreu durante uma reunião entre o presidente e a direção do sindicato, para discutir os pontos. Testemunhas afirmam que 20 funcionários entraram na sala apitando e batendo nas cadeiras. A Caesb afirma que o presidente foi impedido de deixar o prédio e ficou “refém” por 40 minutos na própria sala.
Diretor de imprensa do Sindágua, Paulo César Bessa afirma que o grupo estava exaltado porque Guimarães não queria continuar a discussão. A Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para conter a confusão.
“Ele não quis negociar, quis encerrar a reunião. Os trabalhadores entraram na sala porque não ficaram satisfeitos. Querem a garantia de que ninguém vai ser prejudicado porque fez greve”, explica Bessa. “Não houve intenção de baderna ou coisa do tipo. Achei desnecessária a forma como a PM agiu.”
A categoria iniciou a paralisação em 19 de maio, por tempo indeterminado, pedindo, entre outros pontos, reajuste salarial de 18% e alegando haver sonegação de dados financeiros por parte da gestão da companhia. O sindicato pediu também a redução de cargos comissionados, implementação de tarifa com base na renda per capita familiar, criação de comissão para estudo de fluxo de caixa e de investimento, fim da terceirização e contratação de concursados.
A empresa disse que concedeu reajuste de 6%. Em audiência no TRT, presidida pelo desembargador André Damasceno, a empresa afirmou que só aceitaria negociar três pontos pedidos pela categoria, e que qualquer negociação deveria ter anuência do GDF.
Durante a greve, segundo o sindicato, 30% dos 2,5 mil servidores permanecem trabalhando. De acordo com a empresa, a ideia é discutir medidas eficientes para melhorar a situação financeira, já que atualmente cerca de 50% da arrecadação – aproximadamente R$ 1 bilhão – é gasto com o pagamento da folha de pessoal.