Renan Truffi
A decisão do PSDB de permanecer no governo não coloca um ponto final na divisão interna do partido. Nesta terça-feira, 13, algumas horas depois de a Executiva nacional optar pela permanência da legenda na base aliada, os “cabeças-pretas” se reuniram para discutir como se comportarão daqui em diante.
Esses deputados estudam marcar posição, publicamente, para demonstrar que discordam dos rumos adotados na Executiva. Eles avaliam, no entanto, que ainda é muito cedo para fazer uma sinalização contrária à definida pela maioria dos tucanos. Por isso, é possível que os “cabeças-pretas” voltem a se manifestar publicamente somente na semana que vem.
Dos 46 deputados que integram a bancada tucana na Câmara dos Deputados, 14 continuam firmes na defesa de que é preciso abandonar Michel Temer. São esses parlamentares que seguem se reunindo frequentemente para se organizarem a fim de pressionar a cúpula. Uma das justificativas para não aceitaram, passivamente, a decisão da Executiva é que não houve votação definitiva sobre o desembarque entre os membros presentes.
Na reunião realizada hoje, os “cabeças-pretas” avaliaram como positiva a declaração do presidente interino do partido, Tasso Jereissati (CE), ao final do encontro. Na ocasião, o tucano admitiu que foi voto vencido na reunião, mostrando discordância com a decisão final. “Esse não é meu governo, não é o governo dos meus sonhos. Não votei nem nele (Temer) nem nela (Dilma). Estão aí por causa da circunstância do País, que nos levou a isso”, disse.