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Grupo pró-intervenção pega carona em SP na Marcha para Jesus

Um grupo que se autodenomina “patriota” resolveu levar ao pé da letra o verbo que nomina o evento e aproveitará a “Marcha Para Jesus 2015”, marcada para esta quinta-feira (4), em São Paulo, para pedir a “intervenção militar constitucional” no Brasil.

A marcha, que acontece todos os anos e está em sua 23ª edição, sairá às 10h da Praça da Luz, no centro da capital paulista, em direção à Praça Heróis da FEB (Força Expedicionária Brasileira), na zona norte. Este ano, o tema será “Exaltando o Rei dos Reis”; o evento é presidido pelo apóstolo Estevam Hernandes, fundador da igreja Renascer em Cristo – preso nos Estados Unidos com a mulher, a bispa Sonia Hernandes, durante dois anos e meio, condenados por evasão de divisas –, e é considerado um dos maiores do calendário cristão nacional.

O grupo que defende intervenção militar é o mesmo que participou das manifestações de março e abril passados defendendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), reeleita em outubro de 2014.

Em um vídeo publicado nas redes sociais ao longo dos últimos dias, integrantes do grupo SOS Forças Armadas afirmam ter recebido convite de pastores do evento para integrar o ato dessa quinta – ainda que, no material de divulgação da Marcha para Jesus, não seja feita qualquer referência ao grupo intervencionista.

“Estaremos lá, conto com vocês, intervencionistas; não estamos pegando carona no evento de ninguém, fomos convidados, com muita honra. Estive na ‘Marcha para Jesus’ ano passado e fomos recebidos com muito amor e com muito carinho. A pessoas vinham segurar nas nossas faixas de intervenção, tirar fotos… estaremos lá de novo, com muito orgulho, muito prazer, somando para salvar a nossa Pátria desse desgoverno, desses corruptos, desses bandidos internacionais que estão afetando nossa Pátria”, pediu uma integrante do SOO Forças Armadas, Cristina Peviani.

No ano passado, ela esteve entre manifestantes que foram até o prédio da Justiça Federal em São Paulo manifestar apoio ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra- que responde a processo pelo desaparecimento de presos políticos na ditadura militar (1964-1985).

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