Um grupo de sem teto invadiu, na madrugada deste sábado, um terreno no Largo da Batalha, em frente ao Tórtora, no início da Estrada Francisco da Cruz Nunes, em Niterói. Segundo informações do O Dia, dois blindados e várias viaturas da Polícia Militar acompanharam a ação e não houve nenhum tipo de confronto.
O quartel do 12º BPM (Niterói) confirmou a invasão, mas não deu mais detalhes da ocupação, informando apenas que cerca de 200 famílias estariam no local.
A Coordenação Estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) enviou um comunicado sobre a ocupação do terreno. No texto afirma que o terreno de posse da Prefeitura está abandonado há muitos anos e que vem servindo como depósito de lixo e entulho.
Confira abaixo a nota na íntegra:
Abandonado há muitos anos, o terreno, de propriedade da prefeitura municipal, vem servindo como depósito de lixo e entulho. O projeto de construir um terminal já não existe e a área, localizada em uma das regiões mais valorizadas da cidade segue vazio enquanto milhares de niteroienses continuam sofrendo com a falta de moradia.
Após a tragédia dos deslizamentos de 2010, muito se falou, mas pouco foi feito. A maioria dos atingidos pelo desastre continua morando em áreas de risco, vivendo de favor ou pagando alugueis cada vez mais caros. E essa também é a realidade da maioria dos cerca de 200 mil habitantes de favelas da cidade. Ou seja, quase metade dos cidadãos de Niterói vive o drama de não ter uma moradia digna. A construção de moradias pelo Minha Casa Minha Vida não só não foi suficiente para sanar o problema, como beira a um escândalo: dois prédios tiveram que ser demolidos por não apresentarem condições mínimas de infraestrutura e os que foram entregues estão visivelmente danificados. Uma nova tragédia pode ocorrer a qualquer momento.
É pelo agravamento da situação e pelo abandono que centenas de famílias buscaram se organizar e hoje ocupam este terreno. Exigimos ser tratados como gente e não como números! Queremos a imediata destinação da área ocupada para construção de moradia popular por meio da modalidade Entidades do programa Minha Casa Minha Vida, na qual temos a possibilidade de construir habitação digna.