Uma assembleia de trabalhadores da Guarda Municipal do Rio de Janeiro aprovou estado de greve da categoria, com possibilidade de paralisação no próximo dia 2 de outubro, às vésperas das eleições. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio (Sisep-Rio), compareceram cerca de 600 pessoas. As reivindicações não são salariais, mas por melhores condições de trabalho, incluindo a possibilidade dos guardas portarem armas.
O advogado do sindicato, Frederico Sanches, explicou que a categoria vê o uso de armas de fogo como uma forma de garantir maior proteção aos profissionais e à sociedade. Ele explicou que a medida está prevista no Artigo 16 da Lei 13.022, de agosto de 2014, segundo o qual “aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo”.
“Se o guarda municipal não pode se proteger, como vai proteger a sociedade? Com um bastão, um pedaço de madeira? Eles não aguentam mais ser oprimidos por delinquentes nas ruas. Têm que atuar em flagrante delito, mas como vão fazer isso, contra um marginal armado?”, indagou o advogado.
Além da reivindicação pelo porte de arma, os guardas municipais também querem que o comando da instituição fique com alguém da própria corporação, e não de policiais militares, por exemplo. Também demandam a revogação de uma portaria interna que os obriga a reprimir ambulantes, função que, segundo o advogado do sindicato, seria de outros órgãos da prefeitura. Sanches disse que se o prefeito do Rio, Eduardo Paes, não acenar com diálogo, será desfechada a paralisação.
A Guarda Municipal informou, em nota, que “não está em greve e não há qualquer alteração na rotina da corporação. Qualquer ato de indisciplina será considerado falta grave, e o agente que a cometer estará sujeito a demissão. Informações a respeito do encontro de ontem devem ser solicitadas aos líderes do movimento, uma vez que foi uma ação independente e com participação mínima, pois o efetivo conta com cerca de 8 mil guardas”.