A Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde começou o primeiro ciclo de visitas domiciliares de 2018 para orientar os moradores sobre os cuidados contra proliferação do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir dengue, febre chikungunya e zika vírus.
As visitas, que começaram na terça-feira (2) e ocorrem durante todo o ano, são intensificadas na época de chuva, quando o número de depósitos de água aumenta. O cuidado é redobrado mesmo quando a casa está vazia, como ocorre geralmente em dezembro e em janeiro, meses de férias.
Nesses casos, os agentes costumam retornar mais de uma vez durante o dia. Caso realmente não encontrem ninguém em casa, a visita é feita de novo durante a semana ou antes do fim do ciclo de visitas àquela região. O itinerário cumprido pelas equipes é separado por zonas, e cada ciclo demora em torno de 60 dias para ser concluído.
Para garantir que não haja focos do mosquito na ausência de pessoas nas residências, a orientação a moradores que pretendem viajar é feita em novembro.
“Sugerimos que entreguem a chave a alguém e não deixem nada exposto que possa juntar água”, ensina o agente de saúde do núcleo de Vigilância Ambiental de Ceilândia Joselito da Silva Rocha.
Moradora de Ceilândia, a aposentada Antônia Araújo Pereira, de 66 anos, além de cuidar para que não haja água parada em casa, também aproveita para ver se a rotina dos vizinhos está em ordem. “Eu vejo que eles sempre deixam tudo fechadinho. Gostam de sair, mas é tudo muito bem organizado.”
Ela, assim como grande parte dos moradores da região, armazena água da chuva para auxiliar no racionamento. “Eu sempre mantenho os galões fechados e não ficam parados por muito tempo”, explica. Ela utiliza o que guarda para lavar o quintal e limpar o interior da casa.
“A população está tomando muito cuidado, já aprendeu como fazer e as pessoas se tornaram agentes de saúde da própria casa”, avalia Joselito da Silva Rocha ao se referir à população de Ceilândia.
Ceilândia teve uma queda de 72,97% nos casos prováveis de dengue em 2017, com relação ao ano anterior. Foram 529 registros, contra 1.975.
Além das visitas aos domicílios, os agentes de saúde observam o armazenamento do lixo fora de casa e a condição de terrenos baldios. Além de registrar e acabar com possíveis focos, os profissionais solicitam a presença do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
Caso seja encontrada uma larva, é coletada uma amostra, que é levada para o laboratório para verificar o percentual positivo para Aedes aegypti. Para impedir que o mosquito se reproduza, é utilizado um larvicida, que atrofia a larva.
Rocha orienta que os cuidados devem ser diários, pois os mosquitos podem se desenvolver em duas horas. Por isso, é importante, além de secar ou tapar depósitos de água, verificar ralos, pneus e vasos de plantas. Em Ceilândia, esses são os principais locais notados pela vigilância.
O DF registrou 4.213 casos prováveis de dengue em 2017. Em comparação com o ano anterior, que apresentou 17.718 registros, houve queda de 76,22%. As informações são do primeiro informativo epidemiológico de 2018, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde.
A maior parte dos casos prováveis é de pessoas com idade de 20 a 49 anos (51%), seguido pelas faixas etárias entre 5 e 19 anos (23%) e de 50 a até maiores de 80 anos (17%). Crianças menores de 5 anos representam 9% dos registros.
Foram identificados 21 casos graves e 12 óbitos por dengue até em 2017, em residentes no DF. O boletim também apresenta os casos suspeitos de febre chikungunya e zika vírus.
O documento indica 160 casos prováveis da febre, dos quais 130 residem no Distrito Federal e 30 em outras unidades da Federação. Em ambas as situações, houve queda em relação ao ano anterior.
Quanto à doença aguda pelo zika vírus, foram 88 registros de casos prováveis, sendo 65 residentes no DF e 23 em outras unidades da Federação.