Fabio Grellet
Pelo menos três suspeitos morreram durante confrontos entre criminosos e policiais militares no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, desde a manhã desta quinta-feira, 4. O clima é de pânico nas favelas da região, que vivencia conflitos constantes desde o mês passado, quando a PM decidiu instalar uma guarita blindada no complexo.
Segundo a Polícia Militar, na madrugada desta quinta-feira, ocorreram ataques a bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), cujo resultado não foi detalhado. Para coibir essas ações criminosas, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram mobilizados e iniciaram operação nas primeiras horas da manhã.
Segundo a PM, criminosos armados atiraram contra os policiais e houve confronto. Três suspeitos foram mortos na Rua Canitar e com eles foram apreendidas duas pistolas, duas granadas e drogas, afirma a polícia. A Delegacia de Homicídios da capital foi acionada e realizou perícia no local. Em outro ponto da comunidade, os policiais apreenderam dois fuzis e drogas.
Moradores informaram à polícia sobre quatro pessoas que teriam ficado feridas e foram levadas por moradores a hospitais da região. Uma dessas pessoas tinha mandado de prisão em aberto e foi acautelada por policiais do 3° Batalhão (Méier) no Hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte).
Por volta das 11h30 cerca de 100 mototaxistas se reuniram para protestar contra a Polícia Militar, que segundo o grupo usa de violência contra moradores durante as operações realizadas no complexo. O ato foi pacífico.
A operação do Bope foi encerrada no início da tarde, mas o clima ainda é de medo. Também foram realizadas operações policiais no Parque Alegria, no Caju, e no morro da Serrinha, em Madureira (ambos na zona norte).
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer, 5 571 alunos da rede municipal ficaram sem aulas devido a essas operações policiais no Rio nesta quarta-feira. Estiveram fechadas seis escolas, cinco creches e seis Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs).