O Ministério da Defesa (MoD) russo manifestou preocupação nesta quarta, 1, para a eventualidade de o regime de Kiev atacar a Rússia usando os sistemas de foguetes Himars, que os Estados Unidos decidiram fornecer à Ucrânia. O ataque será lançado da cidade de Shostka, região de Sumy, a poucos quilômetros da fronteira russo-ucraniana. Se a Ucrânia realmente atingir a Rússia com os mísseis norte-americanos, a resposta será por meio de armas nucleares táticas, cuja ação fica restrita a uma determinada área.
Segundo relatório do MoD, as autoridades de Kiev procuram usar jornalistas ucranianos e estrangeiros para criar falsificações, ou seja, fotos e vídeos sobre “russos matando civis”. Essas fotos e vídeos seriam captados pela mídia ocidental em um instante, acrescentou o ministério, acentuando que tais ações fake seriam usadas como justificativa para um ataque à Rússia.
O Ministério da Defesa também confirmou que nacionalistas ucranianos explodiram um tanque com ácido nítrico em Severdonetsk, enquanto recuavam. Uma nuvem tóxica se deslocou do local da explosão para Kremennaya e Rubezhnoye. Numerosos civis foram feridos, revelou o ministério.
Mais cedo, o presidente americano Joe Biden, anunciou oficialmente um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, que incluirá sistemas avançados de mísseis. O sistema de foguetes de lançamento múltiplo Himars que Washington fornecerá à Ucrânia tem um alcance de cerca de 300 quilômetros. “Hoje, estou anunciando um novo pacote significativo de assistência à segurança para fornecer ajuda oportuna e crítica aos militares ucranianos”, disse Biden em comunicado. “Este novo pacote irá equipá-los com novas capacidades e armamento avançado, incluindo munições para defender seu território dos avanços russos”.
O pacote também inclui helicópteros, sistemas de armas antitanque Javelin, veículos táticos e peças de reposição de artilharia pesada. Biden concordou em enviar os sistemas de foguetes de médio alcance para a Ucrânia, depois de se recusar a fornecer a Kiev sistemas de mísseis de longo alcance que poderiam ser usados para atacar alvos na Rússia. O governo Biden tomou a decisão, alegando que Volodymyr Zelensky “garantiu” que a Ucrânia não usaria armas americanas contra a Rússia. O Kremlin enfatizou, porém, que não confia nas promessas de Kiev.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, elevou o tom e acusou Kiev de forçar os limites ao exigir que as nações ocidentais enviem sistemas de foguetes de lançamento múltiplo para a Ucrânia. Ele classificou o apelo como uma “provocação direta”.
Lavrov pontuou que, ao pressionar essas demandas, a Ucrânia procura envolver outros países no conflito. Porém, afirmou, “políticos ocidentais podem avaliar claramente os riscos associados”, lembrando o arsenal nuclear da Rússia que pode ser empregado em pequena ou larga escala. . O ministro também observou que a Rússia viu sinais de “avaliação razoável” de Washington em relação ao pedido de mísseis feito por Kiev.
Lavrov afirmou que a Rússia transmitiu sua própria avaliação do pedido a outros países ocidentais por meio de canais normais, mas que nem todos os países atenderam às suas palavras. “Vou dizer com franqueza: nem todos na União Europeia, especialmente na parte norte [entendem isso]. Há políticos que estão prontos para fazer essa loucura para satisfazer suas ambições. Mas países sérios da UE naturalmente estão cientes de que tais cenários são inaceitáveis”, disse o ministro.
Os EUA anunciaram um pacote de gastos de US $ 40 bilhões para a Ucrânia em 31 de maio, que incluiu sistemas de foguetes de lançamento múltiplo chamados High Mobility Rockets System. O presidente Joe Biden garantiu anteriormente que Washington não enviaria armas à Ucrânia que permitiriam atingir o território russo. O alcance desses mísseis pode atingir alvos a 300 quilômetros de distância, dependendo da munição. Mesmo com munição de curto alcance, a arma pode disparar duas ou três vezes mais longe do que os obuses que a Ucrânia está usando atualmente para atingir os limites externos da região russa de Belgorod, ferindo e matando civis em aldeias localizadas perto da fronteira.
Para os russos, não está claro como o governo Biden planeja limitar o uso de seus mísseis pela Ucrânia. Embora Kiev tenha garantido que só os usaria contra as tropas russas que participam da operação militar especial, Moscou afirmou que não podia mais confiar em tais declarações e que reagiria à altura, fazendo uso de suas próprias armas.