Kleber Ferriche
O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) estranhou pesquisa da Dados onde se afirma que ele, Fraga, teria menos votos numa eventual disputa para o governo do Distrito Federal do que o resultado obtido na sua última eleição para a Câmara Federal, quando foi consagrado com uma avalanche de votos.
Fraga está certo. O deputado, que cobra do governo respeito ao povo, cobra agora, também, respeito ao eleitor. Certo ele, registre-se de novo.
Afinal, não é qualquer primeiro colocado que tem praticamente o dobro de votos do segundo posicionado. Está na ata do TRE. Fraga em primeiro. Lá atrás, encabeçando a rabeira, Rogério Rosso, o segundo.
Essa pesquisa da Dados é atípica, anormal, fora de propósito. Há algo de misterioso no ar. Como descartar Fraga de uma disputa majoritária, se ele, como candidato ao Senado em 2010, obteve mais de 500 mil votos – número bem acima dos que colocaram, no mesmo ano, Agnelo Queiroz no Palácio do Buriti?
São dados curiosos, os de hoje, sustenta Fraga.
No cenário político, o que se observa é a chegada prematura de estrelas estatísticas desejando uma posição na órbita da sucessão.
Números por números, em outro instituto – o Axioma Brasil – os dados (esses sim, evidentemente não genéricos) aparecem completamente diferentes: foram identificados mais de 50% de indecisos e aqueles que votam branco ou nulo, o que parece coerente com o momento político.
Nessa tabulação aplicada, que segundo Fraga é monitorada por GPS, seu nome aparece em primeiro lugar.
No gráfico do tabuleiro da Dados, existem outras curiosidades, como Renato Santana e Tadeu Filippelli entre os primeiros, embora não tenham enfrentado as urnas nas últimas eleições. Um foi, outro é, foram vices dos governadores eleitos e teoricamente não gozam de penetração eleitoral comprovada.
Dados loucos, esses que andam aparecendo por aí. É estranho que os menos rejeitados sejam exatamente os primeiros na preferência do eleitorado: Reguffe, Filippelli e Frejat.
Se os números das pesquisas fossem um mero exercício de lógica e a política também, então o resultado não causaria estranheza aos interessados.
Mas os entendidos que comungam o mesmo raciocínio de Fraga, sabem que o jogo não é bem assim. E sugerem, por ora, que os candidatos à próxima batalha eleitoral apresentem suas armas.