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Guido Mantega é levado a depor na Operação Zelotes sob condição coercitiva

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Marta Nobre, Edição

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (9), a sétima fase da Operação Zelotes, que apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi um dos alvos de mandado de condução coercitiva (quando o investigado é levado a depor e depois é liberado). Ele comandou o ministério entre 2006 e 2014, nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

A Operação Zelotes, deflagrada em março de 2015, investiga casos de empresas que teriam pago propina para se beneficiarem em julgamentos no Carf, órgão que analisa processos milionários da Receita Federal.

O alvo desta etapa da investigação é o grupo Comercial Penha, do empresário Victor Garcia Sandri, amigo de Mantega. A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda, em São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Santa Catarina e no Distrito Federal.

Segundo as investigações, a empresa subornou o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular um débito. O Ministério Público Federal sustenta que o ex-ministro nomeou, em junho de 2011, Valmar e o então conselheiro José Ricardo da Silva (já condenado na Zelotes) para a câmara que analisou o caso do seu amigo. Com isso, a Cimento Penha conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.

Em e-mails interceptados pela Zelotes, o empresário Victor Sandri menciona o nome de Mantega em conversas com o então conselheiro Valmar. As investigações teriam encontrado pagamento de R$ 15 milhões para empresa de auditoria e consultoria vinculada a Valmar.

Os sigilos bancários e fiscal de Mantega foram quebrados em novembro de 2015 pelo juiz responsável pela Operação Zelotes, Vallisney de Souza Oliveira, a pedido do Ministério Público Federal, que pretende investigar o relacionamento entre o ex-ministro da Fazenda e Sandri.

José Roberto Bartochio, advogado de Mantega, afirmou na época que a relação entre as partes teve início há duas décadas, quando o ex-ministro vendeu um terreno herdado de seu pai ao empresário. “Na época, Guido Mantega não era ministro”, acrescentou Bartochio.

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