Há tempos para crônicas e outros tantos para contos. Vez em quando, tombo de gosto por um tipo, mas logo me vejo prisioneiro daquele, que, por vezes, tenho dificuldade de distingui-lo do anterior. Seja como for, apesar da aura repleta de fantasias, posso afirmar, com precisos 93,67% de quase certeza de não estar colocando no papel mais uma besteira. Eis que a história de hoje é real. Ou não, dependendo do que os astros têm a dizer.
Sem mais delongas, ontem, dia 13, foi a data comemorativa de mais um aniversário do maior astrólogo deste país, o Francisco Seabra, que insisto em chamar de Meu Guru, haja vista as inúmeras vezes que me salvou de quebrar a cara no muro. De tantas, não me recordo de nenhuma no momento. Puro nervosismo de alguém que não consegue enfiar uma linha no buraco da agulha com tantos olhos inquisidores.
Certo de que estávamos praticamente em extremos opostos, telefonei pro meu grande amigo para felicitá-lo, quando soube que ele havia deixado o paraíso de Pium, Natal-RN, para ir para Brasília. Tudo por conta de algo que o assustou no próprio mapa astral. Risco de morte, caso ele insistisse em passar o aniversário diante daquele maravilhoso mar. O melhor era ir para a capital.
E lá foi o Seabra trocar as branquinhas areias da praia pelo barro vermelho de Brasília. Trocou e, até onde fiquei sabendo, ele, de herói de si próprio, conseguiu se safar de mais uma artimanha da Senhora da Foice. Se bem que, parafraseando o poeta, nem tudo são flores ou, então, vão-se os anéis, ficam os dedos.
– Edu, continuo vivo. Isso é que importa. Mas…
– Mas o quê, Meu Guru?
– O que vou te falar é muito constrangedor, além de doer paca!
– Eita! O que houve?
– Amanheci com um furúnculo no saco.