Curta nossa página


Desenhando o futuro

Haddad leva economia de vento em popa e pode voar mais alto

Publicado

Autor/Imagem:
Diego Tinoco - Foto José Cruz/ABr

Estamos chegando ao final do mês com um acúmulo de boas notícias no campo econômico. Como já foi dito neste espaço, o ministro Fernando Haddad continua sendo elogiado por cada vez maiores setores da economia. E, ainda, por alguns dos segmentos que cerraram fileira na defesa do governo anterior.

Como reza o ditado popular, nada resiste aos fatos, e esses, meus amigos, não são poucos. Vão desde a redução significativa no preço dos combustíveis (e abro um parêntese) para explicar que a redução foi impactada pela retomada da cobrança de PIS e COFINS anteriormente zerada para tentar conter a alta dos preços, ainda passa pela redução do preço de diversos alimentos, e aí podemos citar como exemplo a carne bovina.

A fase está tão boa que permitiu ao governo dar um aceno à classe média com desconto nos preços dos automóveis, mas o mais significativo foi a recomposição do Bolsa Família.

Se lembrarmos de outras medidas, é válido abordarmos também outras notícias que provocaram (pasmem) até elogios do Merval Pereira, jornalista sempre crítico das gestões petistas, ao enaltecer a melhora da classificação de riscos das agências internacionais.

E concluindo o mês, estamos com o texto pronto e apresentado da Reforma Tributária, que deverá ser votado na segunda semana de julho pelo Plenário das Câmaras dos Deputados.

Há entre os parlamentares um sentimento crescente de aprovação com uma boa folga no número necessário. Cabe lembrar que são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos. Depois disso, a proposta de emenda constitucional segue para o Senado, onde estima-se que a aprovação final ocorra sem maiores dificuldades.

Antes disso, e já na próxima semana, o governo aprovará o Projeto de Lei que redefine o funcionamento do CARF, alterado pela gestão anterior, e conclui a votação do Arcabouço Fiscal. Dois projetos que iniciaram sua tramitação debaixo de uma chuva de desconfiança e vão chegando ao final de sua tramitação embalados em canções de ninar.

O ritmo musical tocado por Haddad tem agradado em cheio ao Parlamento e dado musculatura para o ministro supostamente pensar em voos mais altos. Logo ele emplaca dois diretores no Banco Central, sendo um deles o seu atual secretário executivo. Justamente o BC, última trincheira para que o país deslanche economicamente quando conseguir reduzir sua taxa de juros.

Outro ponto que vinha atrapalhando a relação do Executivo com o Legislativo, que era a ausência de pagamento das emendas parlamentares, vem sendo superado, talvez embalado pelas boas notícias econômicas.

Destaque-se ainda que outros ministros vêm deixando de ocupar os holofotes e parecem pretender seguir o exemplo de Haddad, que tem falado muito nos bastidores e pouco para o grande público, exercendo plenamente sua função técnica e principalmente política.

Diante desse quadro, e meramente a título de sugestão: é bom o vice-presidente Geraldo Alckmin se cuidar, porque do jeito que as coisas estão indo, a sucessão do presidente Lula está caindo no colo do ministro da Fazenda, que vem navegando de vento em popa.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.