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Haiti reage a opinião de Trump e convoca embaixador

Foto: Ludovic Marin/Pool/Reuters

O Haiti expressou indignação nesta sexta-feira por relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se referiu à nação caribenha como um “país de merda”, e convocou o mais graduado diplomata dos EUA no país a dar explicações.

Trump questionou na quinta-feira por que os Estados Unidos iriam querer receber imigrantes do Haiti e de países africanos, se referindo a alguns como “países de merda”, de acordo com duas fontes com conhecimento dos comentários.

Nesta sexta-feira, o presidente republicano negou ter usado estas palavras. Mas o senador democrata Dick Durbin, que participou do encontro na Casa Branca sobre imigração na véspera, confirmou a repórteres que Trump usou linguagem “vulgar”, incluindo a palavra “merda”.

Políticos africanos rotularam Trump como racista pela suposta declaração, enquanto o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) classificou os comentários como “racistas” e estimuladores de xenofobia.

O embaixador do Haiti em Washington, Paul Altidor, disse ser angustiante que os supostos comentários tenham sido divulgados nesta sexta-feira, data que marca os oito anos de um devastador terremoto que acredita-se ter matado 220 mil pessoas na ilha, e deveria ser um dia de homenagem às vítimas.

“Eu conversei com o presidente Jovenel Moise sobre a questão e, claro, o presidente condena tal linguagem e está chocado”, disse Altidor.

O embaixador haitiano disse que o ministro das Relações Exteriores do Haiti, Antonio Rodrigue, lhe disse que o encarregado de negócios dos EUA no país caribenho foi convocado para dar uma explicação sobre os comentários.

O embaixador disse que o Haiti deve ser lembrado por suas contribuições à história, incluindo o apoio à Revolução Americana ao enviar tropas para a Batalha de Savannah, em 1779, na Geórgia.

“Haitianos não merecem tal tratamento”, disse Altidor. “Haitianos não deveriam ser vistos como imigrantes que vão aos Estados Unidos para explorar recursos norte-americanos”.

“Nós estamos aqui há muito tempo e contribuímos para o que os Estados Unidos são hoje. Nós até mesmo fizemos o sacrifício definitivo quando derramamos nosso sangue em Savannah”.

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