O líder do Hezbollah no Líbano, Hassan Nasrallah, disse que o primeiro-ministro do país, Saad Hariri, está preso na Arábia Saudita e que a renúncia foi “forçada” e inconstitucional porque foi feita sob coação.
Em pronunciamento realizado nesta sexta-feira, Nasrallah disse que estava certo de que Hariri, que renunciou na semana passada, foi forçado a deixar o posto como parte da política da Arábia Saudita de interferir nos assuntos do Líbano. Para o líder do Hezbollah, Hariri estaria sendo impedido por autoridades sauditas de retornar ao Líbano, acrescentando que a detenção do premiê não deve ser aceita.
Apesar de Nasrallah sustentar que Hariri está preso em solo saudita, um funcionário do gabinete do presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que Hariri não é prisioneiro. O líder francês fez uma visita surpresa à Arábia Saudita na noite de quinta-feira e se encontrou com o príncipe herdeiro do reino, Mohammad bin Salman, em meio ao aumento das tensões no Líbano.
Sobre o assunto, o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, pediu que Arábia Saudita e Irã não prejudiquem a estabilidade do Líbano após a renúncia de Hariri. De acordo com o porta-voz da chancelaria alemã, Steffen Seibert, “também é necessário falar sobre o papel do Irã” ao discutir o Líbano, visto que Teerã tem influência sobre o Hezbollah e o seu apoio à milícia xiita é visto pela Alemanha “com grande preocupação”.
Nasrallah afirmou, ainda, que a guerra com Israel é improvável, apesar da crise que o Líbano enfrenta após a renúncia do primeiro-ministro. O grupo militante está observando as tentativas israelitas com cuidado e, segundo o líder do Hezbollah, “Israel age com cautela e é pouco provável que parta para a guerra”.