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Hibernação de ursos pode mostrar as saídas para o diabetes e a obesidade

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Se você acumular dezenas de quilos e deitar na cama durante meses, vai desenvolver uma série de doenças: diabetes, insuficiência cardíaca, perda muscular, osteoporose e escaras. A menos, é claro, que você seja um urso.

Os cientistas têm quebrado a cabeça há décadas a respeito dos ajustes evolucionários que permitiram que ursos e outros animais hibernantes se deitem tranquilos durante o inverno, sem precisar de água nem comida, e reapareçam com a saúde intacta quando chega a primavera.

Os pesquisadores acreditavam que se pudessem entender melhor como os animais faziam isso, poderiam aplicar a descoberta aos humanos, desenvolvendo novas drogas ou tratamentos médicos, por exemplo, ou métodos para os astronautas sobreviverem a longos voos espaciais em um estado parecido com o de hibernação.

Só que o progresso tem sido lento, a toca do urso não revela seus segredos facilmente. E, em dezembro, a área sofreu um revés, quando um estudo sobre hibernação muito divulgado foi cancelado depois que se descobriu que um dos autores manipulou os dados. Mas o surgimento de tecnologias como o sequenciamento genético e técnicas sofisticadas de captação de imagem nas últimas décadas deram esperança aos investigadores de que, um dia, serão capazes de controlar alguns aspectos da excepcional fisiologia do urso para uso humano.

No mês passado, em uma sessão sobre hibernação e saúde humana na 24ª Conferência Internacional para Pesquisa e Gestão de Ursos, no Alasca, cientistas apresentaram mais uma dúzia de estudos, incluindo pesquisas sobre o sistema cardiovascular dos animais, química muscular, funcionamento renal, armazenamento de gordura e metabolismo.

“Acho que muita coisa está acontecendo no momento”, diz Peter Godsk Jorgensen, cardiologista do Hospital Gentofte, em Copenhague, Dinamarca, que, em sua palestra, discutiu estudos que usaram ultrassom e rastreamento de pontos – método para a quantificação do movimento do músculo cardíaco – para examinar a função cardíaca nos ursos durante a hibernação no inverno e a atividade no verão.

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