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História do ouro do Bozo será premiada com algemas de aço

A casa já estava arrombada, desmontada, deszoneada e desgolpeada. O tempo passou, o ventou levou o capetão para os confins, carregou cascudos para cadeias estilosas e diabinhos chinfrins para o xilindró da Papuda, mas deixou no colo daquele ministro cuja força está na falta de cabelos um amontoado de joias, relógios e pedras preciosas de valores inestimáveis. Foi a rocambolesca e escandalosa movimentação logística e financeira desse material das arábias que ajudou a derrubar de vez as histórias de ficção contadas pelo grupo do Jesse James tupiniquim. Ou seria Butch Cassidy? Ali Babá não, porque, apesar da fama das Mil e Uma Noites, o pobre coitado não passava de um cortador de lenhas.

Por Belzebu!! Eureka!!! Oh céus!!! Quase me esqueço que Ali Babá também ficou rico do nada. Sua vida de aventuras e de muito “capilé” começou quando ele descobriu a fórmula mágica que dava acesso a uma caverna onde estavam escondidos os tesouros de quarenta ladrões. Como o Capiroto é que tem chifre, pouco importa quem seja. Importante é que a casa de papel caiu. Sofomaníaco por natureza, o Homem Aranha da Praça dos Três Poderes não só perdeu a pecha de ser super-herói. Embora tenha deixado um rastro de fatos que contradizem suas lives de pregação de honestidade, ele voltou à ficção de Curicica, local aprazível, mas hoje entregue a enredos nada republicanos.

Como diz o cantor de um grupo de pagode (?) que não aguenta mais cantar as mesmas músicas há mais de 20 anos, chega de tantas mentiras. Repetições musicais e preciosas à parte, o fato é que as jóias recebidas, não declaradas, negociadas em benefício próprio e recompradas deixou o Jotabê em situação delicada. Diria até que os maus lençóis viraram batom na cueca. Ou seja, o que supostamente era ficção hoje claramente é evento venéreo, daqueles que nem cloroquina salva. Novamente lembro do pagodeiro de um único ritmo, “É tarde demais”. Com seu “Jeito felino”, o careca te pegou: “Didididiê, Didididiê iê iê”. O dinheiro vivo morreu.

E agora? A casa caiu, a máscara sumiu, o tempo fechou, o coronel dançou, o general apareceu, o ex-PRF adoeceu, a patriotada se calou e até o mentiroso se redimiu. E não adianta a vitimização, prática muito comum aos mentirosos, que, quando descobertos, ficam covardemente bravos. O efeito dominó chegou definitivamente à caserna. Na verdade, é o alto custo da adesão no escuro a uma aventura arrogante, violenta, golpista, sem projetos e propostas, mas recheada de esquemas. Mesmo sem generalizar, mantenho a tese desmilitarizada de que é melhor simpatizar com as verdades cruas do que com as mentiras camufladas.

De repente ou após quatro anos, as regras do jogo mudaram. Jesse James e Butch Cassidy perderam o reinado. O tal cantor de pagode do tipo nhém, nhém, nhém ainda engana, mas, se depender do Sansão às avessas, não sobrará nada para Dalila. Não ficará pedra sobre pedra, tampouco bracelete sobre Rolex. Para o “Senhor dos Anéis” talvez sobrem duas argolas prateadas e sem preciosidade alguma. Sem contestação, o que restar do tesouro do Bozo será bem utilizado pelo novo árbitro do Estado Democrático de Direito. Lamentável, mas todo castigo para negociador de ouro alheio é pouco.

Sinceramente, me preocupo com o clima nas entranhas da caserna, onde a maioria esmagadora é séria, cumpridora de deveres e fechada com os princípios democráticos. Quanto à patuscada aurífera, devo dizer que, ao contrário da afirmação de que entendia do alfinete ao foguete, o mandatário alijado da vida pública talvez entenda da venda do elemento químico conhecido pelo símbolo Au, pelo número atômico 79 e que atende pelo apelido de ouro.

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