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Praia do Peró

História dos meninos e o desenho que garante dia ensolarado

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução/Royaltfree

Provavelmente, você, que não andou nos anos 1970 pela belíssima praia do Peró, em Cabo Frio-RJ, nem desconfie que por lá era possível montar uma barraca e ficar dias sem ver uma alma viva. E foi durante esse período meio riponga que aconteceu essa pitoresca história que, por causa do longo tempo decorrido, talvez não tenha acontecido exatamente como vou lhes contar.

Os dois meninos, 10 e 8 anos, logo cedo saíram da barraca fincada na areia e foram escovar os dentes na água salgada, onde as ondas espumavam aos seus pés. Era um momento de angústia, especialmente para o mais novo, que fazia careta com a sensação do sal na hora de enxaguar a boca. Mas logo os dois voltavam a atenção para as enormes possibilidades do dia.

O mais velho, para garantir um dia ensolarado, pegou um galho logo ali e riscou “SOL” na areia, não muito longe da água. Ele havia dito para o irmão que, se as ondas chegassem até a palavra escrita, faria um lindo dia de sol.

O pirralho se sentou ao lado do maior e os dois ficaram aguardando até que a força da maré apagasse a palavra. Uma chegou pertinho, mas logo retornou ao mar. Ficaram 15, 20 minutos, até que, finalmente, Netuno cuspiu tão forte, que pegou os dois desprevenidos. Os meninos ficaram com os fundilhos molhados e cheios de areia. Mas não ligaram. Mais um dia ensolarado estava garantido!

O sol ficou tão forte, que as águas do mar refletiam a sua luz em direção àqueles meninos, que tinham que apertar os olhos para enxergarem melhor. Eles foram caminhando ao longo da areia, às vezes davam um mergulho aqui e ali, até que o mais velho resolveu pegar um pouco de areia e mirou bem nas costas do irmão. Plaft!!! Pegou em cheio! O menor, que era muito resmungão, tentou fazer o mesmo. Ele catou um punhado de areia molhada e foi correndo atrás do mais velho, que corria entre as ondas aos seus pés. Plaft!!! Lá estava a vingança concluída!

O menor começou a gargalhar, a boca bem escancarada! O maior, ligeiro como um coelho, pegou outro tanto de areia e atirou de volta, enquanto o mais novo continuava rindo do feito. Plaft!!! A areia acertou em cheio a cara do mais novo, sendo que boa parte entrou na sua boca.

O sol, que continuava firme, talvez tenha sido o motivo daquela brincadeira ou, então, tenha ofuscado os olhos do menino mais novo, que lá foi, choroso, limpar a boca com a água salgada da praia do Peró. Salgada, é verdade, mas que, ainda hoje, traz lembranças doces para aqueles dois.

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