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Matando a fome

Homem assalta igreja durante culto no interior do Maranhão

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Autor/Imagem:
Karolyne Alcântara - Foto Reprodução/X

Em Codó, no interior do Maranhão, um homem entra em uma igreja durante o culto. Não para rezar, não para pedir, mas para roubar. As câmeras de segurança captam cada movimento: um olhar inquieto, a pressa nas mãos, a urgência nos gestos.

Talvez seja apenas mais um crime a ser registrado nas estatísticas. Talvez não. O que levou aquele homem a atravessar a porta de um templo sagrado e, sem hesitar, violar a paz do local? Teria sido o desespero de ver a geladeira vazia, os filhos chorando de fome, a impossibilidade de um novo dia sem saber se haveria algo para comer? Ou, ao contrário, seria um ato frio, premeditado, sem motivação além da delinquência habitual?

A igreja, lugar de acolhimento e esperança, se torna palco de um conflito antigo: a justificação do crime pela miséria. E quem pode julgar com total certeza? Quem nunca sentiu na pele a angústia da necessidade, a desesperança do não-ter? “Roubar é errado!”, dirão os fiéis. “Mas e a fome?”, responderá o homem, se um dia puder explicar suas razões.

O certo é que um crime aconteceu. E entre câmeras, rezas e silêncio, fica a reflexão: quem está falhando mais? O homem que assalta ou a sociedade que empurra milhares a esse destino?

 

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