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Homem vive busca incessante por poder, amor e legado que irá deixar

Este texto surgiu de uma conversa com um bom amigo, daqueles diálogos que nos fazem olhar para dentro e refletir sobre o que realmente importa. Falávamos sobre os filmes que nos marcaram, não apenas como espectadores, mas como indivíduos. No meu caso, três produções cinematográficas se destacam por terem influenciado profundamente minha formação e a forma como vejo o mundo: A Lista de Schindler, A Casa dos Espíritos e a trilogia de O Poderoso Chefão. Essas obras transcendem o entretenimento e tornaram-se verdadeiros pilares do que eu considero valioso em termos de ética, caráter e humanidade.

A Lista de Schindler foi um filme que me conectou diretamente às minhas raízes judaicas, relembrando a complexidade e o peso da história que carrego. O filme, dirigido por Steven Spielberg, vai além do relato do Holocausto. Ele explora as nuances da moralidade humana em tempos de guerra, onde decisões aparentemente pequenas podem salvar ou destruir vidas. Para mim, esse filme fala sobre a importância das escolhas. Schindler, um homem falho, decide usar seu poder e influência para fazer o bem. Essa lição, de que mesmo nas circunstâncias mais adversas podemos encontrar uma maneira de nos mantermos humanos, é algo que levo para a vida. Esse filme não me afeta apenas emocionalmente, mas me faz refletir sobre a responsabilidade que temos com as nossas decisões e com aqueles ao nosso redor.

A Casa dos Espíritos me arrebatou pela força dos seus personagens e pela maneira como o amor é retratado em suas várias formas – amor romântico, familiar, e pela justiça. A obra é um épico sobre gerações de uma família, suas tragédias e conquistas, e como cada personagem lida com questões de poder, honra e integridade. O que me tocou profundamente foi a ideia de que, mesmo em meio a injustiças e traições, há sempre aqueles que se mantêm fiéis aos seus valores, que preservam sua retidão de caráter. Essa é uma característica que considero inegociável. Em um mundo muitas vezes cruel e injusto, o compromisso com a integridade é o que define quem somos.

Por fim, a trilogia de O Poderoso Chefão apresenta um contraponto fascinante ao que é a ética e a moralidade. A saga dos Corleone revela um mundo onde não há bem ou mal, apenas a sobrevivência e a defesa daquilo que é mais sagrado: a família. O que mais me impressiona é a forma como o filme explora as relações de poder, respeito e medo. No universo da máfia, a lealdade pode ser mais mortal do que qualquer traição. É uma obra que me fascina justamente porque destrói as noções simplistas de certo e errado. Michael Corleone, que começa como um herói relutante, se transforma no arquétipo do poder absoluto, com todas as suas contradições. O filme me fez refletir sobre a complexidade das relações humanas e sobre os limites do que estamos dispostos a fazer em nome do amor, do poder e da proteção daqueles que amamos.

Esses três filmes, embora distintos entre si, têm em comum o fato de lidarem com questões que atravessam o tempo e o espaço: poder, amor e legado. Eles não apenas me marcaram como espectador, mas como ser humano, moldando uma parte fundamental da minha visão de mundo. Cada um, à sua maneira, me lembra de que nossas escolhas – sejam elas em momentos de extrema crise ou em nossas relações cotidianas – são o que nos define.

Foi dessa conversa com meu amigo que surgiu a reflexão sobre o impacto dessas obras na minha vida. Filmes não são apenas histórias na tela, são espelhos que nos ajudam a entender quem somos e, mais importante, quem queremos ser.

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