Homenageada da terceira edição do Brasília International Film Festival (Biff), Geraldine Chaplin entrou na sala do Cine Cultura Liberty Mall, na capital federal, nesta sexta 29, transbordando carisma. Sua simpatia diante de fãs e jornalistas foi inesgotável, tanto quanto diante das perguntas sobre seu pai.
“Vivo à sombra do meu pai. É uma sombra maravilhosa e aconchegante. Quando não me perguntam sobre ele fico inquieta”, disse a filha de Charles Chaplin.
A data da homenagem é oportuna. O ano de 2014 marca o centenário do surgimento de um dos maiores personagens do cinema, Carlitos, trazido à vida por Chaplin. Criador e criatura terão espaço especial no 3º Biff, com exibição de várias obras como Carlitos Bombeiro, Carlitos no Armazém e O Conde (todos de 1916) e O Vagabundo (de 1915).
“Carlitos é meu herói. É uma inspiração para todo mundo, porque representa a pessoa que dá patadas na autoridade, e isso é muito importante fazer. É alguém que cai e se levanta outra vez”, disse Geraldine. “Eu vejo Carlitos com a pretensão de ser um pequeno burguês. É um vagabundo, e essa pretensão dele nos dá esperança”, completou.
Mas Geraldine é mais do que filha de um grande homem. Ela atuou em dezenas de filmes ao longo dos anos, dentre eles Doutor Jivago (de 1965) e Fale com Ela (de 2002). Geraldine também participou da adaptação cinematográfica da vida do pai. Em Chaplin (de 1992) ela interpreta a própria avó, Hannah. Para ela, não foi o parentesco que garantiu o papel no filme.
“Foi uma grande alegria, porque era um papel belíssimo. Eu não pensava em ter nenhum papel no filme, porque era muito jovem para viver minha mãe e muito velha para outras mulheres. Não havia pensado na minha avó, porque não parecemos em nada. Ela era baixa, de olhos azuis e muito gorda”, acrescentou.
Chaplin será exibido amanhã (30), às 19h30, no Cine Cultura Liberty Mall. Além dele, outros filmes de Geraldine serão exibidos ao longo do 3º Biff, que teve início ontem (28) e irá até o dia 6 de setembro. O festival conta com 12 filmes na mostra competitiva, além de 180 títulos inscritos, de 34 países. Além da exibição dos filmes, muitos diretores estarão presentes nas salas de cinema para debates sobre suas obras.
Marcelo Brandão, ABr