Apesar do STJ ter liberado a presença dos pets em condomínios, encontrar um imóvel que aceite os peludos não é tão fácil assim. Os condomínios não podem impedir que um morador tenha um animal de estimação. Todavia, o proprietário do imóvel ainda tem esse direito. São inúmeros os transtornos na hora que precisamos nos mudar com nossos pequenos.
Em janeiro, comecei a buscar um apartamento para me mudar. O que eu morava era ótimo, mas estava apresentando inúmeros problemas estruturais. Assim, não tive escolha, a não ser passar horas na frente do computador, olhando diversos imóveis para alugar.
A grande dificuldade não são os condomínios aceitarem os animais de estimação. Em São Paulo, são poucos os que foram impactados com o decreto de liberação. Na verdade, muitos já têm até área pet, pensando no cachorro de apartamento. A grande questão são os donos dos imóveis. Diversos preferem deixar de alugar, do que aceitar um animal de estimação.
O motivo é sempre o mesmo: “se ele fizer xixi, vai ficar cheiro no apartamento”. Foram inúmeras respostas como essa que eu recebi. Até que descobri um aplicativo, que já aceitava na busca a opção de aceitar pet. Todavia, na hora de enviar a proposta, eles orientam a informar ao proprietário sobre o comportamento do animal, se é castrado ou não e se é adestrado ou não.
Ainda há um receio muito grande de alugar um apartamento para quem tem cachorro ou gato. No fundo, eu entendo o motivo. Fui visitar um imóvel que aceitava pet. Ao entrar no apartamento, era insuportável o cheiro de cachorro. O piso de taco e as cortinas exalavam cheiro de urina e sujeira. Infelizmente, algumas pessoas descuidadas acabam fazendo a fama de uma grande maioria de tutores. E nós, donos cuidadosos, é que pagamos o pato.
Levei três meses até encontrar o local ideal. Não foi por aplicativo ou imobiliária. Passei por uma ruazinha tranquila e vi uma placa pequena de aluga-se. Ao invés de apartamento, agora estava interessada em uma casa. Não era minha ideia inicial. Mas passei a cogitar quando comparei valores e tamanho do imóvel. E o melhor de tudo: não há restrições quanto aos animais!
A mudança
Com a casa definida e o contrato assinado, havia chegado aquela hora mais temida: a mudança. É muito comum tutores relatarem que é um momento muito estressante para os pets. Alguns tentam fugir, outros param de comer. Para os gatos, então, é a porta para a morte. Mexer no seu ambiente altamente controlado é desesperador. Mas existem algumas dicas que podem minimizar a angústia da mudança.
Se você tiver a disponibilidade, o ideal é empacotar a casa aos poucos. Assim, eles conseguem se acostumar dia-a-dia com as alterações no ambiente. Aproveite para deixar algumas caixas para eles brincarem.
Mas se você não estiver com tanto tempo assim, o ideal é contratar uma equipe para empacotar e levar todos os móveis para a casa nova em um ou dois dias. Durante esse período, os animais não devem permanecer na casa antiga, muito menos na nova. A indicação é mandá-los para um hotel.
Antes de receber os pequenos, coloque feromônio (Adaptil para cães e Feliway para gatos) no ambiente que eles ficarão. Esse tipo de produto auxilia muito na adaptação a locais novos. Não se esqueça de deixar todas as coisinhas deles, já conhecidas, no espaço que eles chegarão. Só leve o peludo para a casa nova quando já estiver tudo pronto.
A dificuldade de adaptação está totalmente relacionada ao momento da chegada à casa nova. Imagina se você chegasse em um ambiente estranho, onde você não conhece ninguém, com barulhos de tiros para todos os lados. Acredito que você tentaria sair de lá rapinho, né?!
Pessoas passando, furadeira, entregadores e cheiros novos assustam demais nossos bichinhos. Por isso, ofereça um local tranquilo, confortável e repleto de cheiros conhecidos.
Já fez um mês da minha mudança. Os gatos agradecem o espaço maior e a escada. Estão super adaptados, felizes e mais magros, devido ao maior exercício. Já a Aurora, corre pelos corredores com seu super rabo-espanador abanando. Até está ensaiando subir uns degrauzinhos….