Brasília e o mundo em ebulição
Hora de separar sentido da vida da crença que dá vida aos horrores
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emQuando o fato em si não importa, é a crença que domina o cérebro de cada um e a humanidade coletiva. A psicologia social da crença (“entrincheirou”) na sociedade para dominar e dinamizar o comportamento coletivo tem orientando para objetivos de interesse comum e que, segundo estudiosos da psicologia social, favorece a tomada de decisões mais razoáveis. E é isso mesmo.
Acontece que correntes invisíveis continuam sendo correntes.
Contudo, é preciso dar um sentido à vida, pois é ele (esse sentido) que proporciona um rumo à nossa existência e, apesar das dificuldades que experimentamos no cotidiano, e não são poucas, é importante procurar ver um pouco mais longe – o fato em si – em benefício de nós mesmos e de outras pessoas também.
É preciso existir uma utopia a ser realizada. Iso porque, na medida em que o rancor e o ressentimento vão se enraizando na alma, nos convencemos que mudanças utópicas deveriam ser descartadas para assumir que o jogo é esse e que seria melhor aprender a jogá-lo e nada mais. É aí que a barbárie e as atrocidades se instalam, banalizando a vida e instaurando os horrores no mundo.
Os poderes constituídos cometem erros. Dá vida aos horrores nas justificativas dos erros que cometem – domina ou morre. Sem sentido. Contudo, o que de mais importante temos – todos em comum – é a luta entre as forças que entregam a civilização e as que se entregam à resistência de um objeto em mudar de estado. Essa tendência somente é alterada quando uma força externa age sobre o corpo, por inércia à barbárie.
Autocentrados e hipócritas mentirosos, aqueles que insistem na barbárie para dominar o mundo, são egoístas e brutais em variadas intensidades, praticam crimes de guerra. Seja na Ucrânia, em Israel, em Gaza…
Porém, é certo que ninguém nasce desprovido da aspiração de subverter a natureza e o destino. Muito menos somos obrigados a dormir na cama de Procusto. Pois, muitas das narrativas para dominar o mundo ou morrer são pré-empacotadas e possuem consequências explosivas.
Quem pensa que religião tem a ver com “crença” não entende nada de religião e não faz ideia do que é crença. Sem querer jogar gasolina para apagar o fogo, observe se sua raiva diminui com o tempo, pois aí você cometeu uma injustiça; mas, se ela aumenta, você sofreu uma injustiça.
Dominar o mundo ou morrer é autoilusão com a qual convivemos, mas não conseguimos reconhecer a intolerância humana, na qual distorcemos os dados da realidade para que se ajustem a uma hipótese.
O que cada indivíduo precisa realmente descobrir é para que serves e a quem serves com tua atividade. Caso contrário acabará como Procusto, decapitado por Teseu que seguiu o método de Hércules: pagar na mesma moeda.
*Professor de Filosofia. Especialista em Ciências Humanas e suas Tecnologias. Pós-graduando em Investimentos e Mercado Financeiro. Analista político.