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Haicais

Hora de um poema bem curtinho de um arigatô tupiniquim

Publicado

Autor/Imagem:
Maria Marta Nardi - Texto e Imagem

Assovio de vento
me derruba toda
Confessa, a folha.

A noite cai mais cedo
Um vaga-lume
acende a luz.

Tudo passa:
noite, nuvens, lua,
menos o cri-cri dos grilos.

Tarde que arde
arde até tarde
O sol, bashô.

Sessenta anos
Parece até mentira,
orquídea florida de outono.

Mar de verão
Vermelho de algas
Palavras de água.

Chuva de outono
Balança o trem
Atrás, a cidade natal.

Meu irmão morto
Carneiros negros
no céu da tarde.

Nua de outono
queimar no fogo
da sua estação.

Quimono de primavera
o vento leva
Flores por toda parte.

Chuva de primavera
Beijo molhado
Olhos de arco-íris.

Outono em Gaza
No jardim de granadas
as pétalas são púrpuras.

Na
Estrela
Que
Cai

Hai
Cais

……………………

Maria Marta Nardi de Godoy nasceu em Marília (SP) e reside atualmente em Campo Grande (MS). Cursou Letras na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC) e na Universidade de Marília (UNIMAR). Publicou poemas no Livro da Tribo, Germina, Ser Mulher e Arte, The São Paulo Times, Voo Livre, Literalivre e nas antologias Noite por dentro da ostra, No baú da vovó, 80 balas 80 poemas, Dez haicaístas brasileiros + uma tradução, Novas Vozes da Poesia Brasileira, Clarões Manifestos, Haicais Brasileiros. Publicou a plaquete de haicais Sob o caule de água pela Editora Leonella, em 2019.

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