Hospitais privados denunciam um calote de 180 milhões e negam UTIs para rede pública
Publicado
emO Palácio do Buriti sofreu na pele nesta sexta, 30, o que é não pagar contas. Em função de uma dívida superior a 180 milhões de reais, os hospitais privados de Brasília decidiram não ofertar mais UTIs para atender emergências da rede pública.
De acordo com o presidente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas, Carlos Daher, o atendimento começou a ser suspenso progressivamente no início do ano. Da dívida, R$ 80 milhões são referentes ao convênio firmado com a Polícia Militar.
“A rede de UTI [privada] não atende a secretaria de Saúde há vários meses. Talvez alguma outra instituição que não esteja vinculada ao sindicato tenha feito um acordo paralelo com a secretaria, mas, como presidente dos hospitais filiados, posso afirmar que todos pararam de atender em função do não pagamento.”
De acordo com Daher, o convênio para oferecer leitos para o GDF foi firmado em 2006. “Na ausência de leitos de UTI, o GDF encaminhava os pacientes para a rede privada. Eles foram sendo cortados progressivamente, mas tem mais de 60 dias que não tem nenhum paciente sendo encaminhado para nossas UTIs”, disse. “Esse atendimento foi prestado e o GDF não paga.”
Daher diz que o governador Rodrigo Rollemberg se comprometeu, durante a campanha eleitoral, a negociar a dívida, mas até agora não se manifestou. “Já se passaram dez meses de governo e não recebemos nenhuma proposta. Paramos de atender por quebra de contrato unilateral do GDF.”, disse. “São R$ 180 milhões. Parte da dívida se arrasta desde 2008, mas o grosso se acumulou nos últimos três anos.”
Da Redação com G1