Hospitais públicos começam a suspender cirurgias por total falta de dinheiro
Publicado
emVinícius Lisboa
O atraso nos salários de funcionários levou o Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais (CTAC), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a suspender cirurgias e atendimentos desde 20 de janeiro. Segundo o diretor médico da unidade, o cirurgião plástico Henrique Cintra, parte da equipe já não tinha mais dinheiro nem para o deslocamento diário para o trabalho, porque não recebe salários e benefícios desde outubro.
O atraso nos salários atinge terceirizados de diversas especialidades como fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, dentistas e parte dos médicos da unidade, que atendia principalmente casos de fissura labiopalal, mais conhecida como lábio leporino. De acordo com o médico, 36 cirurgias e 800 consultas deixaram de ser feitas, mas casos urgentes continuam sendo atendidos.
Argumentação – Cintra destaca que o CTAC recebeu muitos investimentos nos últimos anos e tem equipamentos modernos: “A gente conseguiu formar o centro, formar as pessoas e capacitar o atendimento especializado, o que é muito difícil. Nos últimos seis anos, venho trabalhando para especializar a equipe e vou perder isso porque não pagam a folha”, diz ele. “Não falta nada, só falta pagar os salários. Até a gestão anterior investiram pesado”, afirma.
O CTAC faz parte da Policlínica Piqué Carneiro, da Uerj, universidade a que também está vinculado o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). Em janeiro, o hospital também suspendeu cirurgias e atendimentos por falta de dinheiro, e um alagamento chegou a atingir um dos centros cirúrgicos. Terceirizados do hospital estão há um ano recebendo com atraso.
A assessoria de imprensa do Hupe informou que os salários de terceirizados continuam sendo pagos com atraso. Sobre o centro cirúrgico alagado, o hospital informa que ele já voltou a ser utilizado e que as cirurgias e atendimentos estão sendo realizados.
Agência Brasil