O Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart dará início a um projeto pioneiro de conscientização sobre a importância da contracepção na adolescência. Meninas de 12 a 17 anos terão oportunidade de conversar sobre exercício seguro e responsável da sexualidade, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e contracepção eficaz para essa faixa etária.
Métodos de longa ação incluem implante hormonal, com duração de três anos, DIU de cobre, que dura 10 anos, e DIU de progesterona, com duração de 5 anos, estão previstos no programa. O público-alvo abrange jovens mães que deram à luz na unidade e alunas das escolas da Baixada Fluminense. O hospital é referência no atendimento de gestantes e bebês de alto risco e tem cerca de 10% de suas pacientes nesta faixa etária.
– A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública. Por isso, vamos desenvolver um projeto com 1 mil adolescentes da Baixada Fluminense e depois expandir para o estado. O Hospital da Mulher está realizando um trabalho de excelência e queremos, a médio prazo, levar esta experiência às outras unidades. Neste primeiro momento, vamos adquirir mil kits de implante do hormônio etonogestrel, que inibe a gravidez por três anos, para serem aplicados nas adolescentes que fazem parte do projeto – afirmou o secretário de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
Mais do que disponibilizar um método contraceptivo a longo prazo que proteja as adolescentes de uma gravidez indesejada, o Hospital da Mulher está criando um canal de comunicação para oferecer informação e ampliar o cuidado para além do espaço da unidade. Além disso, a ideia é fazer com que as jovens percebam que são responsáveis por seus corpos e saúde e tomem cuidados como o uso contínuo do preservativo, que é de importância fundamental.
Parceria com a comunidade
O hospital foi inaugurado em 2010, em São João de Meriti. Em março de 2016, o diretor-geral Helton Setta e a diretora clínica Ana Teresa Derraik fizeram uma visita ao CIEP próximo à unidade e, em conversa com os responsáveis, souberam que havia um alto índice de adolescentes grávidas. Com estes dados em mãos, os diretores decidiram unir forças para orientar essas jovens a cuidar da saúde e planejar suas gestações.
O primeiro passo foi convidá-las para uma palestra sobre contracepção, ministrada por Ana Teresa, que tem formação em ginecologia e obstetrícia e é estudiosa da causa da mulher. Com auditório lotado, mais de 50 jovens puderem tirar dúvidas, ouvir orientações e entender melhor seus corpos.
A próxima etapa é um convite para que as adolescentes voltem ao hospital. Elas serão encaminhadas para consultas e receberão orientações sobre planejamento familiar. Na ocasião, as jovens que desejarem métodos contraceptivos, entre eles, o implante hormonal, poderão fazê-lo.
Sobre a unidade
A unidade realiza, em média, 400 partos por mês e 8 mil atendimentos e tem infraestrutura de 59 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e Neonatal e Unidade Intermediária (UI) Neonatal. Um dos diferenciais é a Casa da Mãe, lugar onde a puérpera fica hospedada, caso seu bebê precise permanecer internado para cuidados na UTI ou na UI. Mais de 75% das pacientes que dão à luz na unidade são moradoras da Baixada Fluminense.