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House of Cards vira realidade no cenário brasileiro de guerra política suja

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Bartô Granja, Edição

Deputados do PCdoB aproveitaram o período de uma hora reservado ao partido, na sessão de debates sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, para atacar o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A sessão virou a madrugada e os deputados comunistas começaram a falar pouco antes das 5 horas, em um plenário quase vazio. “A atividade da Câmara na madrugada é simbólica da ação do presidente Eduardo Cunha, que na calada da noite tenta dar um golpe para tirar a presidente da República do governo”, disse o deputado Orlando Silva (SP).

Rubens Pereira Junior (MA) foi interrompido pelo peemedebista Darcísio Perondi (RS), favorável ao impeachment, quando lembrou o movimento das Diretas Já, entre 1983 e 1984.

“Era bem diferente”, gritou Perondi do fundo do plenário. “Naquela época havia uma ditadura, agora estamos em plena democracia”, disse o deputado gaúcho. Os governistas protestaram e Perondi se calou.

Pereira Junior comparou Temer e Cunha ao casal Frank e Claire Underwood, protagonista da série americana House of Cards. Na ficção, Frank e Claire são políticos inescrupulosos capazes de tudo para chegar e se manter no poder.

“Frank Underwood e Claire, não sei quem é quem, se Michel Temer ou Eduardo Cunha”, provocou o deputado do PCdoB maranhense. A deputada Jandira Feghali (RJ), dirigindo-se deputados da oposição, duvidou da contabilidade que aponta aprovação do impeachment na Câmara, com envio do processo no Senado.

“Temos certeza absoluta de que vocês não têm dois terços dos votos (mínimo necessário para aprovar a continuidade do processo)”, discursou a comunista. Os oposicionistas não responderam e continuaram a conversar.

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