Até o fim do ano a humanidade terá consumido a totalidade dos recursos que o planeta é capaz de renovar em um ano e passará a viver “a crédito”, calculou a ONG Global Footprint Network, lembrando que esse momento chega cada ano mais cedo.
O dia 8 de agosto vai marcar para a Terra, neste ano, o “Earth Overshoot Day” (dia de passar do limite). A partir dessa data, “viveremos a crédito”, anunciou a organização em um comunicado conjunto com a ONG WWF.
Para fazer o cálculo, a Global Footprint leva em conta a emissão de gases causadores do efeito estufa, os recursos consumidos pela pesca, pecuária e agricultura, assim como as construções e o uso de água.
Em 2015, o Earth Overshoot Day foi em 13 de agosto. A data “avança inexoravelmente desde os anos 1970” do século passado, afirmam as ONGs. Em 1970, esse dia chegou em 23 de dezembro e, desde então, não parou de ser adiantado.
“Para satisfazer nossas necessidades, atualmente precisamos do equivalente a 1,6 planeta” por ano, disseram ambas as organizações.
“O custo desse consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão do solo, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies”, lista o comunicado.
“Viver a crédito só pode ser provisório, porque a natureza não é uma jazida, da qual podemos extrair recursos indefinidamente”, afirmam.
As emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, são o maior fator desse excesso, visto que representam “60% da nossa pegada ecológica global”, afirmam a WWF e a Global Footprint.
Segundo o Relatório Anual sobre o Estado do Clima, um documento publicado na terça-feira (2), de cuja elaboração participaram 450 cientistas do mundo todo, as emissões de gases causadores do efeito estufa atingiram níveis recordes em 2015.