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Humanização do parto no SUS vira tema de debate

Luana Pontes

A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou nesta sexta-feira (11) audiência pública para debater a humanização do parto no Sistema Único de Saúde (SUS). O evento presidido pelo deputado distrital Wasny de Roure (PT), com anuência da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), ocorreu no plenário da Casa e atraiu representantes, especialistas e interessados na temática.

Atualmente, o SUS realiza 40% dos partos através de cesariana. Segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), esse número deveria ficar em torno de 15%. O parlamentar Wasny de Roure (PT) é o autor da Lei nº 5.534/15 que institui o Estatuto do Parto Humanizado no DF. Para Wasny, a dificuldade de implantação da lei se dá: “pelo retrocesso não só financeiro, mas da saúde pública brasileira”.

A presidente da Associação de Doulas do Distrito Federal, Marilda Castro, explicou o trabalho que elas realizam. “Nós trabalhamos de forma independente no acompanhamento da gestante do início da gravidez até depois do parto. Informamos e apoiamos as mulheres a planejarem o parto”. Durante a fala, Marilda, ressaltou que o lema da associação é “a natureza tem como se organizar, só devemos realizar intervenção se for necessário”.

Segundo a presidente da Rede Pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), Daphne Rattner, a humanização não deveria ser instituída por leis. “Humanizar é respeitar o outro; a mulher; o bebe; se sua gestação. Essa atitude já deveria ser automática do ser humano”, observou. A presidente do grupo acredita que tudo faz parte de uma cultura que desqualifica a mulher. “É fruto do atendimento agressivo que os obstetras estão acostumados a realizar. Na verdade, este comportamento está enraizado no sistema e muitas vezes não é percebido”, completou Rattner.

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