As redes sociais têm um papel cada vez mais decisivo na formação de opiniões políticas, e o algoritmo dessas plataformas é o motor por trás dessa influência. Programado para destacar conteúdos que geram engajamento, o algoritmo pode distorcer a imagem de uma personalidade política, projetando-a de maneira que atraia eleitores, independentemente de suas características negativas, como um histórico nebuloso, caráter duvidoso ou postura agressiva.
Esse fenômeno ocorre porque o algoritmo privilegia conteúdos polarizadores, que mantêm os usuários mais envolvidos. Assim, qualidades tradicionalmente vistas como negativas podem ser reinterpretadas como sinais de força ou autenticidade, atraindo seguidores que valorizam esses traços.
Além disso, as redes sociais facilitam a criação de bolhas informativas, onde grupos de apoio se formam em torno de narrativas que justificam ou celebram essas características. Esse isolamento informativo pode influenciar diretamente as intenções de voto, fazendo com que os eleitores acreditem na imagem distorcida apresentada pelo algoritmo.
O resultado é preocupante: figuras políticas que, em outros contextos, poderiam ser vistas como inadequadas, são alavancadas por uma percepção pública moldada por algoritmos, colocando em risco a integridade do processo democrático. É crucial, portanto, que os usuários desenvolvam uma visão crítica sobre o conteúdo consumido nas redes sociais e as possíveis manipulações envolvidas.