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Ibaneis dribla colegas advogados e enterra a ética na lama

Defensor intransigente da ética, a ponto de fazer dela sua bandeira de campanha, o advogado Ibaneis Rocha (MDB), parece ser mais uma entre tantas vozes que falam apenas da boca para fora. E quando a máscara se desfaz, quem ouve o que ele prega também se permite deixar que entre por um ouvido e saia pelo outro.

A vida é assim. E Ibaneis, apesar da pompa que desfila na caça aos votos em sua campanha ao Palácio do Buriti, não poderia deixar de ser exceção quando a palavra de ordem é a ética.

Os estatutos da Ordem dos Advogados do Brasil (que ele presidiu, na seção Distrito Federal), indicam que Ibaneis tem sido um pecador. E como tal, vem jogando a ética na lama.

O Código de Conduta dos defensores da lei, da moral e da ordem é claro quando trata das atividades privativas de advocacia. E um dos ítens que chama atenção é o parágrafo 3º, que proíbe a divulgação de advocacia em conjunto com outras atividades.

Mas Ibaneis, comentam seus adversários em tom curioso, parece desconhecer ou no mínimo ignorar esse preceito. Tanto, que ele mantém em um mesmo espaço físico, ferindo frontalmente a própria lei dos advogados, atividades privativas de advocacia, de organização política e empresarial.

Uma consulta aos órgãos competentes revela que as empresas Uniclass, Ibaneis Advocacia e uma outra – Eleições 2018 Ibaneis Governador, onde são promovidas suas atividades políticas -, estão estabelecidas no mesmo endereço: sala 402 do Edifício Via Esplanada, no Setor de Administrações Sul.

Fica uma pergunta no ar. Como pode o ex-presidente da OAB desconhecer o Código de Ética da profissão? E mais: se o perfil profissional de Ibaneis não demonstra conduta ética, o que se pode esperar do seu comportamento na vida política?

As sociedades de advogados são uni-profissionais. Por essa razão devem ser consideradas sociedades simples, não empresariais. E esse desvio de conduta não pode ser ignorado por uma pessoa de bom senso.

Ao manter atividades comerciais, empresariais e advocatícias, além do campo político, no mesmo espaço físico, o candidato do MDB ao Buriti desrespeita e atropela os colegas de classe que, de menor influência, arcam com salas distintas de outras atividades em respeito à lei. Isso, porém, Ibaneis não faz.

Na OAB existe um Tribunal de Ética. Lá casos como de Ibaneis são julgados com direito a ampla defesa. Quando o tema é o exercício profissional, os julgadores já decidiram que a atividade diversa da advocacia não pode ser desenvolvida no mesmo local.  O profissional que age assim ‘afronta insuperáveis dispositivos éticos e estatutários’.

Os colegas de Ibaneis bateram o martelo. O advogado-candidato está promovendo ‘concorrência desleal’. Ao enterrar a ética na lama, Ibaneis Rocha, ao fim do processo eleitoral, pode ver frustrada sua tentativa de eleger-se governador. E sem foro privilegiado, será julgado pelos próprios colegas.

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