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Ibaneis vira pule de 10 na disputa da própria cadeira

Foto/Arquivo Notibras

Análise de um cabeça-branca, acostumado a acertar prognósticos sobre o processo sucessório em Brasília, em conversa com Notibras: a reeleição de Ibaneis Rocha é pule de 10. O cenário político atual, diz, aponta a vitória do governador como uma barbada. Sua justificativa é a de que os grupos políticos derrotados no pleito de 2018 não conseguiram encontrar o efeito catalisador necessário para unir forças e enfrentar um governador que ainda não experimentou nem mesmo um arremedo de oposição à sua gestão.

Ibaneis, afirma esse profundo conhecedor do tabuleiro político, mesmo sem nutrir o gosto de governar, soube atrair a maioria absoluta de uma Câmara Legislativa inexperiente e pouco preparada, salvo algumas exceções. Aprovou tudo o que lhe interessava sem precisar gastar muito capital político ou de qualquer ordem. E o puxadinho do Buriti ganhou status de curral de cordeiros.

Mas, de toda forma, Ibaneis terá concorrentes. O eterno postulante ao Buriti, senador Izalci Lucas, surfa na onda do conforto de ter mais 4 anos de Senado, mesmo perdendo a eleição. Na verdade, joga para 2026, quando tentará disputar uma reeleição. Aparecer no horário eleitoral na TV fará com que o tucano encurte a distância da exposição de seu nome frente ao eleitorado. Em síntese, além de não perder nada, o senador ganha o efeito “recall” do seu nome.

Há também a senadora Leila Barros, que tem feito de tudo para entrar na festa. O problema é que lhe falta musculatura política (embora a tenha como atleta) para uma eleição de governo. Até hoje, seu desempenho parlamentar não lhe credencia a nada. Em síntese, pode-se dizer que sua atuação sequer tangencia a timidez.

Já o senador Antônio Reguffe parece viver no Olimpo. Finge observar de cima a movimentação política de todos os players, enquanto só tem olhos para o rumo que a ministra Flávia Arruda irá seguir. Sua única certeza é a de evitar o confronto nas urnas com a esposa daquele que muitos acreditam ser o seu guru.

Reguffe está filiado ao Podemos, mas parece arrumar as malas para embarcar no União Brasil, que por sua vez, lhe oferece uma robusta estrutura partidária. O senador, contudo, já prometeu nunca concorrer a reeleição para qualquer cargo que esteja ocupando, e por isso repousa no travesseiro da indecisão, podendo mesmo optar em disputar uma vaga de deputado federal.

Quanto a Flávia Arruda, deverá disputar a eleição para a única vaga no Senado. Primeiro lugar em todas as pesquisas de opinião, a ex-primeira-dama brasiliense tem na juventude sua principal aliada. Mas tudo ainda pode esperar por quatro anos. Muito melhor compor com Ibaneis e tê-lo como seu principal cabo eleitoral em 2026, do que se lançar agora numa candidatura a governo contra um candidato à reeleição que desponta como favorito nos mais diferentes cenários.

Os partidos considerados mais à esquerda, a exemplo do PV, PSB e PT, possivelmente lançarão candidaturas majoritárias, contudo o desgaste de suas gestões a frente do Buriti em nada lhes credenciam favoravelmente junto ao eleitorado. Eventuais candidaturas desses partidos, servirão apenas para dar sustentação aos candidatos às Câmara Federal e Distrital.

Os demais atores políticos estão mais preocupados em tratar das candidaturas proporcionais e com a montagem das nominatas. Afinal, as regras para essa eleição complicam a vida daqueles que costumavam se eleger às custas da matemática das coligações.

Por fim, um detalhe importante: a eleição presidencial parece que pouco afetará as eleições na capital da República. A polarização entre Bolsonaro e Lula não se confunde com as pautas locais. O debate ideológico não é prioridade frente às necessidades prementes do povo. Sairão vencedores nas urnas aqueles candidatos que provarem ser capazes de atender as demandas sociais por saúde, educação, moradia e emprego. O resto é conversa para boi dormir.

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