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Ideologia racha Marcha Das mulheres, mas elas vão à luta

Foto/Reuters - EstadãoConteúdo

Milhares de pessoas participaram neste sábado, 19, nos Estados Unidos, de manifestações em defesa dos direitos das mulheres e contra o governo de Donald Trump, embora a terceira edição da Marcha das Mulheres esteja marcada por divisões, ante acusações de antissemitismo.

As passeatas ocorreram em outros pontos do país, principalmente em Nova York e Los Angeles, na véspera do segundo aniversário da posse de Trump. Em 2018, as passeatas reuniram mais de 500 mil pessoas, incentivadas pelos movimentos #MeToo e Time’s Up, contra o assédio e a violência sexual.

Em Washington, a rota foi abreviada devido à paralisação parcial do governo. Os organizadores apresentaram este ano uma solicitação de permissão para participação de até 500 mil pessoas, mas esperava-se que o comparecimento fosse menor.

Para marcar esses “dois anos de resistência à presidência de Trump”, os organizadores convocaram uma “onda” de manifestações, no momento em que um número recorde (131) de mulheres foram eleitas para o Congresso nas eleições de meio do mandato, em novembro passado.

“O movimento começou como uma manifestação contra Donald Trump, mas, agora, é mais para que sejam reconhecidos os problemas que as mulheres enfrentam no mundo”, explicou à France-Presse Ann-Carolyn, de 27 anos.

Em Nova York, Leah Maguire, de 36, disse que participava da passeata “por meus filhos e seu futuro”. “Desde o seu nascimento, é cada vez mais claro que estaremos condenados se não mudarmos”, disse.

Para Kelly Rosser, a marcha é em oposição ao governo Trump, que “representa tantas coisas contra as quais lutamos: a discriminação envolvendo as minorias, a política contra os imigrantes e refugiados e a marginalização da comunidade LGBTQ”.

Debate ideológico – A marcha deste ano também esteve no centro de um debate ideológico. Em novembro, Teresa Shook, uma das fundadoras do movimento, acusou os quatro principais líderes da organização nacional de anti-semitismo. A acusação tinha como alvo duas líderes principais: Linda Sarsour, uma americana de origem palestina que já criticou a política israelense, e Tamika Mallory, que manteve uma associação com o líder da Nação do Islã, Louis Farrakhan.

Shook, uma advogada aposentada do Havaí, foi creditada como a agitadora do movimento, tendo criado um evento no Facebook que se transformou no protesto maciço de 21 de janeiro de 2017.

Em um post no Facebook, ela disse que Sarsour e Mallory, juntamente com os outros organizadores Bob Bland e Carmen Perez, afastaram o movimento “de seu verdadeiro curso” e pediu que todos os quatro se afastassem. Os quatro organizadores negaram a acusação, mas Sarsour lamentou publicamente que eles não foram “mais rápidos e mais claros em ajudar as pessoas a entender nossos valores”.

Apesar dos pedidos de unidade, uma marcha alternativa de mulheres surgiu em protesto e planejava uma caminhada paralela em Nova York no sábado a poucos quarteirões do protesto oficial da Marcha das Mulheres de Nova York.

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