“Se o cenário de Ghuta se repetir em Idlib, pode ser seis vezes pior” em termos de destruição e de vítimas, afirmou o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, na quarta-feira (16), no Conselho de Segurança.
Segundo o diplomata, trata-se de um cenário clássico da Síria: bombardeios, negociações, evacuações, mas em Idlib existem “2,3 milhões de pessoas, das quais metade está deslocada ou sem nenhum local para onde ir”, afirmou em uma reunião mensal do Conselho de Segurança consagrada ao aspecto político do conflito sírio.
Não obstante, o responsável da ONU se disse “alentado” pelas “discussões construtivas” de terça-feira passada em Astana, capital do Cazaquistão, sobre as medidas de prevenção para “evitar o pior cenário em Idlib”.
Contudo, a nova rodada de negociações de paz sobre a Síria, organizada em Astana, não alcançou nenhum progresso notável na solução do conflito.
Em uma declaração final, os três países patrocinadores das conversas – Rússia, Irã e Turquia – anunciaram a realização de uma próxima reunião em julho, na cidade russa de Sochi, mas os representantes dos rebeldes indicaram que não pensam em participar.
O processo de Astana reúne desde janeiro de 2017, sem o envolvimento de Washington, representantes de Damasco e uma delegação da oposição e, embora às vezes tenha permitido uma diminuição da violência, não conseguiu avanços concretos visando uma solução política do conflito.