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Idosos na berlinda. Ser ou não ser um peso morto

Bartô Granja, Edição

Uma hora a velhice chega. Para quem tem sorte, claro! O desafio de envelhecer com saúde e ainda aproveitar essa fase da vida de forma ativa e independente está bem mais para realidade do que para sonho nos dias de hoje. Estamos vivendo mais e melhor.

A população com 60 anos ou mais está crescendo, e nos próximos 8 anos a parcela de idosos passará dos atuais 11% para 14,6%. Serão cerca de 30 milhões em 2020 e vão ultrapassar a marca dos 55 milhões em menos de três décadas.

Preservar a qualidade de vida na terceira idade é uma preocupação de pais e filhos e está intimamente ligada com a independência, a mobilidade, a liberdade e o conforto. Envelhecer de forma apática e sedentária é coisa do passado. Os idosos estão cada vez mais ativos, envolvidos em atividades de grupo, práticas esportivas ou intelectuais e, principalmente, independentes.

Uma pesquisa recente mostrou que 49% dos entrevistados não querem ser um peso para os filhos, 32% têm medo de serem abandonados ou deixados sozinhos em casa e 22% temem ficar numa casa de repouso Já os filhos querem sim, os pais por perto, e desejam participar dos cuidados como revela a pesquisa. Para 79% dos entrevistados, um dos suportes que pensam em oferecer aos pais seria o de ajudar a pagar remédios e tratamentos como fisioterapia ou terapia ocupacional. E mais de um terço (37,1%) dos filhos pensa em trazer os pais para morarem em suas casas.

Para os idosos, não há qualidade de vida plena quando precisam deixar o seu lar para ir morar na casa de familiares ou numa casa de repouso, se existe a possibilidade de permanecerem em suas casas. “Eles se ressentem quando são tratados como incapazes, ou quando alguém toma uma decisão sobre a vida deles sem consultá-los”, observa a especialista em qualidade de vida na terceira idade Marcia Sena.

Segundo Márcia, as pessoas vivem hoje os desafios da “geração sanduíche”, isso é, de se desdobrar entre trabalho, os cuidados com os filhos, e com os pais idosos. “Para maior conforto e segurança de todos é preciso soluções para que se possa assistir os pais sem interferir tanto na vida deles ou fazer com que eles se sintam um fardo para a família. Assim há mais liberdade e qualidade de vida para todos os envolvidos”, explica a especialista.

O mercado brasileiro percebeu essa demanda e implantou soluções voltadas para essa realidade, como serviços de acompanhantes para consultas médicas ou exames de rotina, serviços de entretenimento, cuidadores para necessidades específicas da casa, como reforma, reparos, lavanderia e limpeza, personal chef para cozinhar refeições balanceadas.

“Na maioria das vezes são ações simples que resolvem grandes problemas, com o objetivo de trazer mais conforto, liberdade e tranquilidade para as famílias. É uma forma de equilibrar a balança para que os pais não se sintam um peso e os filhos não sejam sobrecarregados”, ressalta Márcia.

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