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Ilha da Fantasia vive sitiada; onda de crimes apavora o cidadão

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Em janeiro, a Polícia Civil registrou 75 assassinatos em Brasília, cidade considerada por muita gente que vem de fora como o último refúgio do Brasil. Mas a situação do Distrito Federal é atualmente de “medo, pânico e tragédia social, como uma tragédia anunciada”, com um governo “omisso” e “sem autoridade”, disse da tribuna, na abertura dos trabalhos legislativos deste ano, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF).

“O sentimento do brasiliense é de que os bandidos governam a cidade. Qualquer cidadão brasiliense hoje vive com medo. Se sair de casa, não sabe se voltará, por absoluta omissão do governador.” O governador Agnelo Queiroz (PT) é tratado à socapa de “Agnulo”.

Rollemberg criticou o gasto de “quase R$ 2 bilhões” com o Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo, em detrimento de investimento em segurança pública. O fato é que a violência no DF é assustadora. Estudo da Secretaria Nacional de Segurança Pública, em 2007, já apontava a jovem capital como o segundo lugar mais violento do país, atrás somente de São Paulo.

O DF liderou em roubo, furto e sequestro. Em 2008, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) colocou o DF entre as 10 cidades mais violentas do país, com 28 assassinatos por 100 mil habitantes.

“Uma consequência previsível do crescimento desordenado dos grandes centros é o aumento da criminalidade. A grande massa se aglutina em torno das cidades mais ricas, mas não se beneficia do crescimento econômico. Isso gera uma revolta social, que gera a violência” – observa o professor de sociologia José Carlos Rassier.

Entretanto, ele reconhece que a bandidagem não é só a população marginalizada. “Claro que não se pode responsabilizar a população das satélites e do Entorno pela violência em Brasília. Aqui, somos surpreendidos por filho de juiz, por funcionário de banco, por playboyzinho aí que mata mendigos, que queima e espanca pessoas, homossexuais, prostitutas… isso aqui em Brasília é comum” – afirma o sociólogo.

Falta de perspectiva e vida fútil seriam causas para jovens da classe média de Brasília se tornarem criminosos.

“Eles têm carro do ano, moram nos condomínios nobres, não precisam se esforçar para ter nada. Isso banaliza valores como a vida alheia. Eles agridem, matam, como foi caso do índio pataxó aqui em Brasília, e depois dizem que foi uma brincadeira mal sucedida. Os órgãos de justiça têm que voltar seus olhos para esses criminosos, a imprensa tem que voltar seus olhos para a classe média violenta, e impune” – adverte José Carlos Rassier.

Ray Cunha, by http://dfgoias.blogspot.com.br

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