Um estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution revela que comunidades prósperas de criaturas costeiras, como pequenos caranguejos e anêmonas, foram encontradas em detritos de plástico no Great Pacific Garbage Patch, uma área em forma de U no oceano entre a Califórnia e o Havaí que cobrem até 620 mil milhas quadradas.
As descobertas do estudo propõem que esses plásticos no oceano podem estar gerando novos ecossistemas flutuantes complexos.
A equipe de pesquisa descobriu dezenas de espécies de organismos invertebrados costeiros que conseguiram sobreviver e se reproduzir em lixo plástico que flutua no oceano há anos. Ao contrário do material orgânico que se decompõe e afunda em pouco tempo, os detritos plásticos podem ficar à deriva nos oceanos por muito mais tempo, criando novos ecossistemas flutuantes de espécies que normalmente não sobreviveriam em mar aberto.
A principal autora do estudo, Linsey Haram, disse que as consequências da introdução de novas espécies em áreas oceânicas remotas ainda não são totalmente compreendidas e é provável que haja competição por espaço e recursos alimentares entre espécies costeiras e de oceano aberto. Pesquisas traçaram evidências de organismos costeiros comendo suas contrapartes pelágicas.
A descoberta de comunidades ativas de criaturas costeiras em detritos de plástico no oceano aberto levanta preocupações sobre o potencial dessas espécies de se espalharem para novas regiões e perturbarem os ecossistemas existentes.