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Iluminação dá tom especial na hora de decorar

O projeto luminotécnico desperta, imediatamente, a atenção de quem entra neste apartamento localizado no bairro de Santa Cecília, no centro de São Paulo. Apesar de contar com uma excelente iluminação natural, o arquiteto Leandro Mostardo, que assina o projeto, resolveu investir pesado no uso decorativo da luz. “Pensamos em dotar o imóvel de uma iluminação mais cênica, que além de valorizar o projeto, criasse uma atmosfera mais quente e menos neutra. Sem o uso de luzes brancas ou que ofuscassem o olhar”, explica ele.

Fiel a uma perspectiva mais sustentável, o projeto dispensou qualquer tipo de alteração na arquitetura existente. Por isso mesmo, no lugar de elementos embutidos, que exigiriam forros de gesso, a equipe optou pelo uso de lâmpadas com filamento de cobre aparente, penduradas em alturas variadas. “No living, criamos um emaranhado com os fios de modo que ficassem bem aparente e contribuíssem para dar um ar mais brutalista à decoração. Situação que não seria alcançada com as lâmpadas apenas penduradas”, considera Mostardo.

Sustentando os pendentes, uma eletrocalha que percorre todo o perímetro do ambiente, conta também com spots distribuídos ao longo de seu comprimento. Já a grande estante branca, que ocupa posição de destaque no ambiente, recebeu fita de LED em todos os nichos. “Construímos vários circuitos de luz, de maneira que o morador pudesse criar um cenário e optar pelo nível de luminosidade desejado”, esclarece ele.

Ainda com foco na sustentabilidade, a obra, que demorou cerca de quatro meses para ser concluída, foi pensada para gerar o menor resíduo possível. Por isso mesmo, toda a instalação elétrica foi feita externamente à parede, e o piso existente, de madeira, foi totalmente restaurado, ao invés de ser descartado. Apesar de poucas, intervenções pontuais ocorreram no hall, no living e na suíte.

Dentre os destaques da decoração, o mobiliário contemporâneo assinado por renomados designers, e a fotografia ‘Carro Verde’, do Coletivo Bijari, que ocupa o centro da parede da sala de jantar, são alvos de frequentes elogios. Assim como as fotos da cidade de São Paulo.

E foi assim que, os 130 m² da moradia, ainda que mobiliados dentro de um estilo quase industrial, acabaram por não perder seu aspecto acolhedor e quente. “Apesar de grande crédito disso ser da iluminação, o piso de taco de madeira, os revestimentos de tijolinhos aparentes, na sala e no quarto, e o cimento queimado também contribuíram para esse efeito”, afirma o arquiteto. “Sempre tentamos fazer o nosso estio casar com as vontades do cliente. Este é sempre nosso maior objetivo, e, neste caso, o resultado deu muito certo”, diz.

A importância da iluminação, aliás, não é só percebida ao entrar no apartamento. Mesmo quem está do lado de fora, no hall de entrada, percebe os seus méritos: ostentando o tom azul da parede, <IP9,0,0>uma luminária com filamento de néon, decora e ainda ilumina o hall.

A suíte vai pela mesma linha. As lâmpadas com filamentos aparentes continua e a fiação percorre eletrodutos aparentes que sobem da parede da cabeceira até o teto. “A luz do quarto, diferentemente da sala, é muito mais fraca que as demais para conferir o clima adequado ao local. Situação reforçada pelo uso da madeira pinus e pelos tijolinhos brancos. Outras duas exigências do morador”, finaliza Mostardo.

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