Os caminhoneiros podem decretar greve nacional na segunda-feira, 1 de fevereiro. A categoria não gostou da manifestação do presidente Jair Bolsonaro, na noite desta quinta, 28, de que não reverteria o aumento de nove centavos no preço do litro do óleo diesel, anunciado horas antes pela Petrobras.
Segundo o presidente, nada justifica agradar uma categoria profissional em detrimento de milhões de pessoas. “Cada centavo no diesel equivale a 800 milhões de reais por ano. O que a Economia (área comandada por Paulo Guedes) apresentou para mim, aumenta aqui, aumenta lá, ia penalizar todo mundo”, disse.
Em sua live semanal transmitida por redes sociais, Bolsonaro associou a alta à “questão ambiental”. Segundo o presidente, “o que mais pesa no bolso deles (motoristas) é abastecer o tanque de óleo diesel. Temos também uma conta alta. É o biodiesel que vai no diesel adicional. Sai muito mais caro e reflete no total. O preço é alto”, afirmou.
Criado o impasse, os caminhoneiros garantem que vão parar na próxima semana. A greve está mantida, segundo o Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas, que conta com mais de 40 mil filiados em todo o País.
A Associação Nacional de Transporte do Brasil também confirmou participação na greve. De acordo o presidente da ANTB, Jose Roberto Stringascida, a política de preço dos combustíveis é um fator relevante para a paralisação da categoria.
“O reajuste no preço [do combustível] precisa ser no mínimo a cada seis meses. O ajuste semanal torna impossível o trabalho dos caminhoneiros”, enfatizou Stringascida. Ele lembrou que as consequências da última greve da categoria (10 dias, em maio de 2018) podem se repetir, como desabastecimento de gêneros alimentícios e de combustível.