Luíza Pinheiro, Edição
O curta-metragem Improvável Encontro, do cineasta Lauro Escorel, marcou a abertura do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na noite desta terça-feira (20). O festival vai apresentar nove longas-metragens e 12 curtas ou médias-metragens na Mostra Competitiva. A eles se somam 20 filmes em mostras paralelas e sessões especiais. Ao todo, serão exibidos 40 filmes.
A solenidade de abertura do festival não teve a habitual participação de autoridades da capital federal e foi marcada por protestos contra o presidente Michel Temer. O cineasta Eryk Rocha, filho do também cineasta Glauber Rocha, levantou o coro de “Fora Temer” na plateia ao apresentar seu filme longa-metragem Cinema Novo, exibido nesta noite.
“Pelo momento político do país e por ser minha casa, é uma emoção muito grande exibir Cinema Novo nesta noite”, disse. “Esse filme está nascendo hoje no Brasil, nessa tela de Brasília. É uma honra abrir as veredas do cinema de Brasília. Abrir esse festival, em um ano com essa safra tão promissora, é uma honra”.
Produções de todas as regiões do Brasil vão disputar o Troféu Candango e prêmios no valor total de R$ 340 mil. Já a Mostra Brasília exibirá seis curtas e médias-metragens e seis longas que vão concorrer a R$ 200 mil em prêmios.
O festival é feito até o dia 28 de setembro, com entradas gratuitas para o público. No encerramento, será exibido o filme Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira, para celebrar os 20 anos da produção e a retomada do cinema pernambucano.
Aberta oficialmente nesta terça-feira (20), a 49ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro transformará o Cine Brasília (106/107 Sul) em vitrine da produção do cinema nacional. Nos próximos sete dias, o público terá a oportunidade de conhecer 21 obras, entre curtas, médias e longas-metragens, das cinco regiões brasileiras.
Na solenidade fechada para convidados, foi exibido Cinema Novo, do diretor Eryk Rocha, premiado com o Olho de Ouro (melhor documentário) no Festival de Cannes em maio deste ano. O filme apresenta uma perspectiva sobre o movimento cinematográfico brasileiro dos anos 1960 e 1970, do qual o cineasta Glauber Rocha, pai do diretor, é expoente.
Rocha definiu a exibição no festival como um momento importante de sua carreira. “Será a primeira vez que o filme é passado no Brasil, e estou extremamente feliz que ele nasça oficialmente em Brasília”, disse, antes da projeção. A obra premiada é resultado de um trabalho iniciado em 2008 e finalizado em 2015.
A ideia inicial, de acordo com o diretor, era manter viva a memória de cineastas antigos, que participaram ativamente do movimento em 1960. “Capturamos as energias criativas do Cinema Novo e lembramos de onde viemos, qual é a nossa origem cinematográfica e política”, disse.
Improvável Encontro narra o olhar dos fotógrafos José Medeiros e Thomaz Farkas, a influência e amizade entre eles e o trabalho significativo que tiveram na obra fotográfica do Brasil. Na solenidade de abertura, Escorel agradeceu à curadoria do festival pelo convite e disse estar muito feliz com a oportunidade de apresentá-lo na cidade.
As duas produções serão reprisadas nesta quinta-feira (22), em sessão gratuita no Cine Cultura Liberty Mall (SCN, Quadra 2, Bloco D).