O Airbus da Azul que cruzaria o Atlântico para trazer 2 milhões de doses de vacina contra a Covid vai ficar mais alguns dias no hangar do Aeroporto Guararapes, em Recife. Motivo: a Índia informou ao Brasil que a vacina da Astra-Zeneca, produzida em parceria com a Universidade de Oxford, virá, mas não agora. Primeiro, disse o governo de Nova Déli, será vacinado seu próprio povo. Depois… Esse depois é famoso. Aqui no Brasil é conhecido como já que a farinha é pouca, meu pirão primeiro.
Com a corda no pescoço, o presidente Jair Bolsonaro não viu outra alternativa que não fosse requisitar as vacinas chinesas produzidas pelo Instituto Butantan, de São Pauo, em parceria com a Sinovac, da China. Ninguém enetndeu nada. Principalmente porque o capitão que despacha no Palácio do Planalto ironizou em mais de uma oportunidade os efeitos do imunizante que ele chama de ‘chi li lin’.
O canal de negociação com o governo de São Paulo foi o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Mas, ao invés de pedir, o general exigiu a entrega imediata – com ares de quem ameaça confisco – das 6 milhões de vacinas já embaladas e que o governador João Doria, desafeto de Bolsonaro, pretende utilizar para iniciar a vacinação dos paulistas, em uma campanha anteriormente programada para ter início no próximo dia 25.
Até a edição desta matéria não se conhecia a resposta de Doria. No Palácio dos Bandeirantes, porém, os comentários são de que o governador decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para não ser obrigado a entregar a Coronavac. Temendo cada vez mais as graves consequências da desastrosa estratégia de combate à Covid, o Ministério da Saúde também fechou o cerco à Fundação Oswaldo Cruz, do Rio, de quem deseja receber todas as vacinas disponíveis. Esse imunizante tão esperado, porém, é justamente aquele que seria embarcado no avião da Azul. Nas últimas horas, é o que mais se comenta, a situação ficou vermelha em Brasília.