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Jacarta rejeita pressão e lista outro brasileiro na execução

De nada adiantam as pressões externas (além do Brasil, outras nações têm se manifestado contra a pena de morte), e mesmo após a execução do ex-instrutor de asa delta Marco Archer, no sábado 17, o foco das ações do Itamaraty está em outro brasileiro preso na Indonésia. O paranaense Rodrigo Gularte, 42 anos, teve seu pedido de clemência rejeitado na terça-feira (20) e deve ser executado em fevereiro.

Rodrigo Gularte está entre os 37 estrangeiros condenados por tráfico de drogas que podem ser executados por fuzilamento. Na embaixada brasileira, a expectativa é que o cumprimento da pena seja marcado em fevereiro. Apesar da sua defesa defender que o paranaense sofre de esquizofrenia, e por isso deveria receber clemência, o clima na Indonésia é outro.

O encarregado de negócios da embaixada brasileira em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, enviou mensagem ao Itamaraty revelando o clima favorável ao cumprimento de legislação do país em casos de tráficos de drogas, mesmo com a pressão internacional para o fim deste tipo de punição.

No texto, ele informa ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil declarações feitas pelas mais altas autoridades indonésias a respeito das execuções que ocorreram. De forma geral, há uma unanimidade de que a pressão internacional não vai funcionar e que a pena máxima continuará a ser aplicada. Segundo Monteiro, o vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, pediu que os outros países respeitem a posição do governo local “sobre seus problemas domésticos”.

“O procurador-geral, H. M. Prasetyo, por sua vez, teria declarado que a Indonésia não iria se curvar à pressão internacional e retomaria as execuções com prioridade para os condenados por crimes relacionados às drogas, independentemente de suas nacionalidades”, afirmou Monteiro na mensagem. Além de enviada ao Itamaraty, ela foi replicada para outros postos brasileiros no Sudeste Asiático.

Pelo telegrama, o encarregado de negócios deixa nas entrelinhas que a decisão brasileira de convocar o embaixador Paulo Alberto da Silveira Soares para consulta – a Holanda teve a mesma postura -, não terá efeito prático. O diplomata responsável pela embaixada brasileira no momento, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Armanatha Nasir, reafirmou que não há rompimento das relações diplomáticas.

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