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Indústria paulista tem quinta queda seguida e produção cai a níveis de 10 anos atrás

Idiana Tomazelli

Após a quinta queda consecutiva na produção em relação ao mês imediatamente anterior, a indústria de São Paulo retornou a patamares de maio de 2004, afirmou nesta terça-feira, 8, Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, o recuo da produção foi de 0,4% ante setembro, culminando na sequência negativa que é inédita na série iniciada em janeiro de 2002.

Com isso, a indústria de São Paulo já está num momento pior do que em dezembro de 2008, auge dos efeitos da crise internacional sobre o setor produtivo brasileiro. Hoje, as fábricas paulistas operam 21,6% abaixo de seu pico histórico, que foi em março de 2011.

A principal pressão negativa em outubro partiu dos derivados de petróleo e biocombustíveis. Mas não se trata de um impacto isolado. Na comparação contra outubro de 2014, a queda de 12,9% na produção paulista foi acompanhada por 17 das 18 atividades presentes no Estado – além de ser a 20ª retração consecutiva.

O setor de veículos também é um destaque negativo em São Paulo. Desde automóveis até máquinas, caminhões e autopeças, todos os segmentos apresentam menor dinamismo mês a mês. Não suficiente, a atividade acaba deprimindo o resultado de outras regiões onde está presente.

No Rio de Janeiro, a produção está 23,0% abaixo de seu pico histórico, verificado em fevereiro de 2011, e muito próximo do menor patamar da série (quando a distância do pico era de 24,8%) Estão nessa situação também o Paraná e o Rio Grande do Sul. “Nos locais onde há produção de veículos, essa é a atividade que impacta negativamente”, diz Lobo. Goiás, Bahia e Minas Gerais também são afetados.

No Amazonas, um dos destaques do mês por conta da queda de 4,9% na produção em outubro ante setembro, a pressão vem dos eletroeletrônicos e das motocicletas. Pará e Espírito Santo, antes beneficiados pelo vigor da indústria extrativa, acabaram penalizados pela atividade em baixa no mês de outubro, embora continuem apresentando bons resultados no saldo de 2015, explicou Lobo.

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