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Infarto do miocárdio pode ser fatal, alertam especialistas

Dor aguda no peito que irradia para o braço ou ombro esquerdo, suor frio, falta de ar, palidez e sensação de desmaio. Esses são alguns dos sinais de alerta de um infarto, a maior causa de mortes no país. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto. A cada cinco a sete casos, um resulta em óbito. Para diminuir o risco de morte, o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros minutos é fundamental.

“O tratamento mais eficaz é o mais rápido, pois a obstrução de artérias cardíacas pode levar à isquemia [sofrimento do músculo cardíaco]. Se não for tratada prontamente, pode ocasionar a morte de células cardíacas, levando a complicações, como insuficiência cardíaca pós-infarto ou morte súbita”, alerta a cardiologista da Secretaria de Saúde Edna Maria Marques de Oliveira.

Infarto agudo do miocárdio ou ataque cardíaco é a morte de células do músculo do coração devido à obstrução de uma artéria que interrompe o fluxo sanguíneo de forma rápida e intensa. Pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo da área que foi bloqueada. Em casos raros, o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo sanguíneo ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do próprio coração e que se aloja no interior dos vasos.

Sinais de alerta
Identificar um infarto agudo do miocárdio pode ser desafiador, pois os sintomas variam. Dentre os sinais de alarme estão dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, braço direito. Essa dor costuma ser intensa e prolongada, acompanhada de sensação de peso ou aperto sobre o tórax, provocando suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio. “Porém, há pacientes que apresentam outros sintomas, como dor no estômago, na mandíbula e vômitos”, esclarece a médica.

Fatores de risco e prevenção
Os fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, histórico familiar, alimentação ruim, colesterol alto e estresse em excesso, influenciam nas estatísticas de infarto. Além disso, essas condutas podem provocar hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), obesidade, depressão e diabetes. Diabéticos e hipertensos têm, segundo o Ministério da Saúde, de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

A mudança no estilo de vida é o principal meio de prevenção do infarto. Além da prática regular de atividades físicas, alimentação adequada, não consumo de álcool e qualquer tipo de tabagismo, Edna Maria Marques de Oliveira orienta o controle dos fatores de risco e o acompanhamento regular com o cardiologista.

Atendimento
Ao perceber os sintomas, deve-se procurar atendimento na emergência hospitalar mais próxima ou ligar para o Serviço de Atendimento Móvel (Samu), no número 192. “É preciso manter a calma e não deixar o paciente realizar esforço físico, nem dirigir. Afrouxe as roupas e, caso a pessoa esteja inconsciente, sem pulso e sem respiração, inicie a massagem cardíaca até a chegada da equipe de saúde”, orienta o enfermeiro e instrutor do Núcleo de Educação em Urgências (Nuedu) do Samu, Reinaldo Siqueira.

A rede pública de saúde do DF oferece unidades especializadas em cardiologia, como o Hospital de Base (HB), os hospitais regionais de Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT) e Gama (HRG), além de todas as Unidade de Pronto Atendimento (UPAs).

Assistência ágil
Lançado em 2018, o Projeto Sprint surgiu com o objetivo de proporcionar um atendimento eficiente e um tratamento qualificado para casos de suspeita ou diagnósticos de doenças cardiovasculares. O projeto forma uma rede interligada em que as equipes de emergência têm o auxílio de um aplicativo que os conecta diretamente às equipes de plantão de cardiologia do HB e do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF).

Todas as portas de entradas das emergências estão capacitadas para estabelecerem o diagnóstico e iniciar o tratamento no primeiro atendimento. Temos uma equipe de retaguarda de cardiologistas 24 horas, que dão suporte para os plantonistas em qualquer UPA ou hospital da rede pública do DF”, explica Edna Maria, que também é coordenadora do projeto.

Toda a rede integrada de Atendimento ao Infarto Agudo do Miocárdio é conectada por meio do aplicativo Join, possibilitando aos médicos da ponta (clínicos das UPAs e hospitais) fornecer orientações por meio da telemedicina. Os especialistas na área ajudam no diagnóstico, inclusive auxiliando na realização de trombólise – processo pelo qual se dissolve um coágulo (trombo) formado na corrente sanguínea – ainda no local do atendimento inicial. Além disso, indicam procedimentos e já se preparam para receber o paciente caso seja indicada uma transferência, feita em ambulância do Samu.

Segundo a coordenadora, a ideia trouxe melhorias no atendimento a pacientes. “Houve uma redução da mortalidade por infarto agudo do miocárdio, além de menor período de internação com o acesso ao cateterismo e demais exames complementares”, afirma. Em média, 31 casos envolvendo infarto são atendidos por meio do aplicativo no mês.

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