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Inflação recua e registra menor índice em 13 anos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio variou 0,13% e ficou 0,44 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,57%). Esse foi o menor resultado para maio desde 2006 (0,10%). O IPCA é a inflação oficial do país.

Em maio de 2018, a taxa havia sido de 0,40%. Os dados foram divulgados hoje (7), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A variação acumulada no ano ficou em 2,22% e em 12 meses chegou 4,66%, abaixo dos 4,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

De acordo com o IBGE, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram deflação em maio.

O impacto negativo mais intenso (-0,14 ponto percentual) sobre o IPCA de maio veio de Alimentação e bebidas (-0,56%), que havia subido 0,63% em abril. Também apresentaram deflação: Artigos de Residência (-0,10%), Educação (-0,04%) e Comunicação (-0,03%).

Entre as altas, os destaques são Habitação (0,98%), com impacto de 0,15 ponto percentual, e Saúde e cuidados pessoais (0,59%), com impacto de 0,07 ponto percentual.

Segundo o IBGE, o resultado do grupo Alimentação e Bebidas deve-se principalmente à queda de 0,89% observada no grupamento da alimentação no domicílio.

O tomate, após apresentar alta de 28,64% em abril, caiu 15,08%, e o feijão-carioca acentuou a queda em relação ao mês anterior (passou de -9,09% para -13,04%). As frutas (-2,87%) também recuaram mais intensamente do que em abril (-0,71%).

Por outro lado, o leite longa vida (2,37%) e a cenoura (15,74%) subiram em maio, após apresentarem quedas (-0,30% e -0,07%, respectivamente) em abril.

O grupo Habitação (0,98%), por sua vez, apresentou o maior impacto positivo no mês de maio, influenciado principalmente pela alta de 2,18% no item energia elétrica.

O IBGE lembra que, de dezembro de 2018 a abril de 2019, havia vigorado a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.

Em maio, passou a vigorar a bandeira amarela, com custo adicional de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido. Além disso, vários reajustes de tarifas foram incorporados.

Ainda em Habitação, a variação de 0,82% na taxa de água e esgoto reflete os reajustes de 4,72% na região metropolitana de São Paulo (3,15%), a partir de 11 de maio, e de 2,99% em Brasília (0,18%), vigente desde 1º de abril. A queda no gás encanado (-0,84%), por sua vez, se deve à redução média de 1,40% nas tarifas residenciais da região metropolitana do Rio de Janeiro (-1,57%), desde 1º de maio.

O gás de botijão, também do grupo Habitação, teve alta de 1,35%, devido ao reajuste médio de 3,43%, autorizado pela Petrobras, nas refinarias, a partir de 5 de maio.

Segundo o IBGE, a segunda maior variação ficou com o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,59%), que também exerceu o segundo maior impacto positivo no mês (0,07 p.p.).

Os preços do grupo desaceleraram em relação a abril (1,51%), principalmente por conta dos remédios, que passaram de 2,25% em abril para 0,82% em maio, e dos perfumes, que passaram da alta de 6,56% em abril para a queda de 1,61% em maio.

No grupo dos Transportes (0,07%), destaca-se a gasolina (2,60%), que apresentou o maior impacto individual no IPCA de maio, com 0,11 ponto percentual.

Ao mesmo tempo, as passagens aéreas, que haviam subido em abril (5,32%), apresentaram queda de 21,82% em maio, contribuindo com o maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,10 ponto percentual).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 1º de maio e 29 de maio de 2019 (referência) com os preços vigentes entre 30 de março e 30 de abril de 2019 (base).

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