A inflação medida pelo IBGE bateu recordes no mês de fevereiro e a alta dos preços dos combustíveis foi uma das principais causas. Em apenas nove dias, a gasolina e o diesel já foram reajustados três vezes. É urgente e necessário o fim do PPI, que tanto penaliza o trabalhador brasileiro.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro teve alta de 0,86%, bem acima do resultado de janeiro, de 0,25%. Essa foi a maior variação num mês de fevereiro desde 2016. Nos dois primeiros meses de 2021, o índice já variou 1,11% e, nos 12 meses terminados em fevereiro, 5,20%.
Projeções feitas pelo economista Cloviomar Cararine, da subseção FUP do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apontam que os resultados esperados para março também são ruins. Até o momento, em apenas nove dias (01/03 a 09/03), os preços da gasolina e do diesel já foram reajustados três vezes, subindo 14,9% e 10,7%, respectivamente.
Dos nove grupos de produtos pesquisados, oito apresentaram alta nos preços. Como esperado, o maior impacto veio do setor de Transportes, contribuindo com 0,45 pontos percentuais (p.p.) no resultado de fevereiro. O preço da gasolina (que subiu 7,11%) impactou em 0,36 p.p. Isto significa que somente a alta da gasolina respondeu por 42% de toda a inflação deste mês. Além disso, o preço do etanol subiu 8,06%, o do óleo diesel, outros 5,4% e do gás veicular, 0,69%.
“Em momento de graves efeitos da pandemia e de elevadas taxas de desemprego, a inflação em alta penaliza ainda mais os trabalhadores. Os resultados apresentados aqui, pelo IPCA, mostram os efeitos perversos sobre a população da política de preços praticada pela Petrobrás em suas refinarias, acompanhando a variação dos preços dos derivados no âmbito internacional. A gasolina e o óleo diesel, somente em fevereiro deste ano, sofreram três aumentos de preços nas refinarias, subindo 18,8% e 21,5%, respectivamente”, observa Cararine, da FUP/DIEESE.